Face do Holocausto

Face do Holocausto

Cidade/EstadoSalvador / BA
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02 Periferia

Composição: Jefferson Santos.
Seja bem vindos a periferia A coletânea de bairros pobres esquecida Por toda burguesia, comendo sempre arroz, feijão farinha Equilibrados em quaisquer barracos feitos de qualquer jeito E você pode crê que a maioria que moram por aqui são negros Ralando e se fodendo, e o governo vem e bate palmas é isso mesmo Na precariedade eu vejo um grupo de moleques escuros só de short Correndo pelas ruas se divertem como podem Quando criança é o herdeiro a cara do pai Mas quando crescem decepção mãe Fim de carreira após uma sessão de tiros e a conclusão É lagrimas e dor no coração A expansão comercial das drogas aqui é grande e forte Os caras se acabam o cheiro da morte exala, mas que nada A malandragem ativa e muito louca só fuma e cheira a boa A mente entorpecida voa alguém que a visa não compartilhar do grupo Mas se quiser chegue mais junto Ninguém garante volta muito menos o futuro A segurança é muito pouca a violência acontece em pleno dia numa boa Mas essa é minha área meu espaço onde fui criado e rejeitado Lembrado só na eleição e muitos por aqui ainda sonham com a tal solução A vida na periferia não é nada engraçada A violência invadida dominando nossas casas E como sempre os inocentes pagam Não devem, mas se calam O samba rolava legal na porta do bar Não dava para imaginar, mas tudo acabou Foi a policia que chegou a paz que imperava terminou O anti-profissionalismo, agressão Sejam bem vindos à casa do cão Fdh assino embaixo então preste atenção Diga se a verdade não está sendo dita Periferia é periferia não importa o dia Mas que merda a nossa vida é reduzida a zero Mas assim sim mesmo sobrevivemos, como podemos Aqui no centro bem no meio do inferno, pra ser sincero Gosto daqui porque foi aqui que fui criado, lição n°1 Ficar ligado, não sou otário, não jogo o jogo com baralho de safados É sempre a mesma cena todo ano, colégios reformados É professor em greve; alunos aprovados mal preparados Conveniência pro estado, o centro social urbano vive na precariedade Eles não têm pra eles que dirá para a comunidade E mesmo na calamidade milhões que ganha com honestidade Bem antes de amanhecer busão lotado, não pede nem sonha em atraso Esquema de transporte desorganizado... E com ou sem café lá vão Eu tenho uma família eu tenho que ganhar o pão A gente sobrevive na calamidade e quem conhece e sabe Ser condenado à marginalidade, vida de miserável excluído é grave A burguesia viram as costas, fecham as portas e se mantém distantes Mantém seu filho longe do sangue do fulano que não teve sorte Ou da risada cara do irmão cansado e pobre, a maquiagem o suor que escorre Se ligue um corpo é encontrado, bem perto de outras ossadas Informação de área de desova confirmada foi o que deu lá na 1°pagina Coisa do dia-a-dia, rotina da periferia o submundo antissocial Pra ser sincero eu nunca vi o gueto no cartão postal Favela a minha vida toda foi aqui gosto daqui Pra quem me diz que um fracasso social eu não estou nem aí Diga se a verdade não ta sendo dita Periferia é periferia não importa o dia

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