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Um Certo Harry: O Lobo da Estepe
Harry, nosso bucólico personagem, vivia a maior parte do dia e da noite justamente buscando encontrar nos subterrâneos, novidades do seu tempo que há muito não via em Irecê Town. De certo possuíam inúmeros amigos e todos, conforme relatos colhidos recentemente, tinham as mesmas afinidades e buscavam idênticos ideais. Fumava unzinho, e, como já havia se constituído um hábito quotidiano, ficava horas e horas a fio escutando Nirvana, Pink Floyd (seu grupo predileto), Led Zeppelin, Rolling Stones, Sex Pistols, The Clash e outros. sem se preocupar com o que acontecia ou deixava de acontecer com dele. Não se importava nem nem um pouco com o que os outros diziam ou pensavam dele e seus difícies modos de sobrevivência. Não estavam nem aí. Queria mesmo era canalizar sua revolta com a sociedade. Harry, afim de se livrar do marasmo em que a cidade havia se transformado, iniciou uma série de viagens a paraísos ecológicos até então desconhecidos para ele e seus novos amigos, em peregrinações que muitas vezes duravam até 3 meses.Costumava fazer do violão o seu travesseiro em pedras e calçadas de lugares paradisíacos como Lençóis, Xique-Xique de Igatú, Andaraí, Morro de São Paulo, Morro da Fome, Gruta dos Brejões, Maxixe, Riacho Largo, Boquerão (os 3 últimos em Central) etc...
As histórias mais contundentes que contam sobre Harry, trata da época em que ele publicamente assumiu uma postura punk rock, socialmente discriminada e marginalizada. No entanto, fazia parte do show: todos os habitantes ao seu redor queriam imitá-lo. Fizeram-no porta-voz daquela geração (a dos anos 90) pelo modo como compunha e interpretava as suas composições e também pela forma como ele se portava em redutos onde costumava frequentar. Diversos movimentos musícais foram criados para dar vazão aos novos compositores e intérpretes que surgiam em cenários alternativos como as Auditorias de Rock I e II, Final de Era I e II, os festivais Mantra Rock (organizados pela editoria responsável pela publicação do folhetim Nave Terra - orgão de imprensa a época -, as Semanas de Arte e Cultura em Irecê e as primeira edições da Cantoria de São Gabriel.
Em fins de 1990 conheceu seus novos pares: Paulo "Peixuxa" Sandro e Allan "Thundercats" Custódio. Por via de regra, aqueles que mais tarde, como veremos mais adiante, viriam a se tornar fiéis escudeiros (a exemplo dos 3 mosqueteiros, de Dumas) e companheiros das incontáveis viagens que fizeram juntos visando contudo criar um amplo ideário filosofico-musical, que culminaria na formação do trio E.M.I.?!, cuja abreviatura foi e continua sendo uma incógnita para a maioria das tubas.
Harry era na verdade um ícone e, já a frente do seu tempo, um hippie visionário que acreditava na possibilidade do surgimento da "nova Woodstock" em pleno Sertão. Era um sonhador nato. Talvez mesmo por esse motivo tenha permanecido na cena enquanto assistia toda a sua tribo se dispersar em direções e contingentes totalmente diferenciados dos que havíamos planejado até entâo...
Suas idéias e frases contidas nas letras das suas composiçôes tornaram-se em pouco tempo a trilha sonora de toda uma geraçâo. Era comum por aquele tempo, no início de 1990, ouvir crianças, jovens e adultos cantarolarem aos quatro ventos suas musícas, e isso, sobremaneira, fazia um enorme diferencial com relaçâo a outras vertentes musicais que paralelamente co-existiam, cite-se os exemplos Remendos da sociedade, Juízo de Ferro, Medusa de Fogo, Sertanejo Elo Fraterno, MKC entre tantas outras, que no entanto nâo exerciam o mesmo fascínio e encantamento que era encontrado nas músicas de Harry.
"Rebeliâo" e "Noite Macabra" foram os primeiros concertos de rock idealizados (ainda com a participaçâo memorável de Humberto Formiga), e executados na cena underground de Irecê Town pelo trio E.M.I.?!, extraído em alusâo ao nome da gravadora e da banda inglesa Sex Pistols, o que automaticamente nos remete também ao título de uma das músicas da banda de Sid Vicious e Cia-, formado por Harry na guitarra-base, Allan na bateria e Paulo Sandro procurando as primeiras notas no "imenso e sem fim" contrabaixo, conforme ele próprio relata.
Seguidamente e estes eventos foi que surgiram as Semarc's, ocorridas nos primórdios dos anos 90 vindo a se transformar-se na principal porta de entrada para bandas como a própria E.M.I.?!, porém, realizaçôes independentes principalmente organizados pelos próprios interessados começaram a tomar vulto e fazer com que muitos artistas de grande porte viessem a se tornar de fato material de atraçâo para os diversos tipos de movimentos que muito rapidamente começaram a se espalhar por toda a regiâo .Outros concertos como "Concerto Para Rose", "Da Gênesis ao Armagedom" e "A Nova Rebeliâo", foram alguns dos inúmeros que ficaram apenas no papel por falta de apoio financeiro para as suas respectivas execuçôes.