A Massa – Raimundo Sodré e Jorge Portugal A dor da gente é dor de menino acanhado Menino bezerro pisado, no curral do mundo a penar Que salta aos olhos, igual a um gemido calado À sombra do mal assombrado E a dor de nem poder chorar Moinho de homens, que nem jerimuns amassados Mansos meninos domados, massa de medos iguais Amassando a massa, a mão que amassa a comida Esculpe modela e castiga, a massa dos homens normais. Quando eu lembro da massa da mandioca mãe, a massa Quando eu lembro da massa da mandioca mãe, a massa Nunca mais me fizeram aquela presença mãe, a massa É a massa que planta a mandioca mãe, a massa A massa que eu falo é a que passa fome mãe, a massa Essa massa que planta a mandioca mãe, a massa Le lé, meu amor le lé Le lé, meu amor le lé No cabo da minha enxada, não conheço coronel No cabo da minha enxada, não conheço coronel Eu quero mais não quero, trabalhar Mulher minha na função, trabalhar Cê tá livre de um abraço, trabalhar Mas não tá de um beliscão Torno a repetir meu amor, ai, ai, ai, Torno a repetir meu amor, ai, ai, ai, É que o guarda civil não quer a roupa no quarador o guarda civil não quer a roupa no quarador Meu Deus onde vai parar, parar essa massa Meu Deus onde vai parar, parar essa massa! Ficha Técnica Bateria: Jader Steter Baixo Elétrico: Marcelo Maia Violão aço: Luiz Chaffin Sanfona: Marcelo Voninho Percussão: Jader Couteiro Arranjo Instrumental: Luiz Chaffin Arranjo Vocal: Gilka Martins