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Francis Lopes

Francis Lopes

EstiloForró
Cidade/EstadoTeresina / PI
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Vaqueiro Desprezado

Composição: Panajeiro.
Fui um vaqueiro afamado Mas estou velho e cansado E a minha luta de gado Vou entregar ao patrão Sem fugir do evangelho Na tristeza me emparelho Porque um vaqueiro velho Não tem mas disposição Patrão eu lhe entrego a tenda Mas o senhor compreenda Que eu só entrego a fazenda Devido não poder mais Seu gado está no açude Muito gordo e com saúde Esforcei-me o quanto pude Zelando seus animais Eu já tomei novos planos Chorando os meus desenganos Sou vaqueiro há trinta anos Mas já estou quase cego Da tristeza fiz encosto O pranto banhando o rosto Sentindo o maior desgosto Sua fazendo eu lhe entrego Não presto mais para o mato Trabalhei muito barato E o patrão não seja ingrato Quero fazer-lhe um pedido Não me mande pra cidade Me deixe aqui por bondade Na sua propriedade Pelo senhor protegido Disse o patrão nesta hora É melhor que vá embora Pode procurar lá fora Quem queira lhe sustentar Que eu sou um fazendeiro Mas não vou gastar dinheiro Pra sustentar um vaqueiro Que não quer mais trabalhar Diz que tá velho e cansado Não quer mais ser empregado Por mim está dispensado Desde já fique sabendo Acha que já trabalhou tanto Vá procurar outro canto Que aqui nada eu me garanto Por que não tô lhe devendo Caro patrão eu lhe digo Pode esperar o castigo O que o senhor fez comigo Entrego a Nossa Senhora Sou um vaqueiro educado Vou me despedir do gado Saindo um tanto apressado Logo amanhã vou embora Adeus vaca Manga Rosa Estelinha e vaidosa Adeus a vaca Amorosa E a vaca Maracanã Adeus a vaca Roseira Espertinha e Neblineira Adeus a vaca Palmeira Que vou embora amanhã Adeus vaca Jureminha Vela Branca e Andorinha E adeus a vaca Rainha Maçã e Rosa do Prado Mimosa e Americana A Morena e a Cigana E adeus a vaca Baiana Que é a melhor do gado Adeus vaca Fantasia Lua branca e melancia Pinta Silva e Simpatia Mancha de Ouro e Boneca A Careta e a Pintada Ponta de lança e Espada Campo verde e Alvorada Passarinheira e Marreca Dei um aboio na porteira Quando avistei na carreira Uma junta de primeira Que tava lá na avenida Dali sai aboiando E o gado ficou berrando E a filha dele chorando Na hora da despedida Patrão eu daqui me afasto Mas deixo no campo vasto Seu gado comendo o pasto Mas com saudade de mim Da fazenda velha e nova Eu levarei para a cova Uma verdadeira prova Que não fui vaqueiro ruim Eu nunca enjeitei parada Tive a munheca pesada Dei queda em vaca de raçada Que ela saía manca Pegava em cauda de touro Puxava por desaforo Ganhei medalhas de ouro Em meu cavalo Asa Branca Essa é a pura verdade Quem gozou a mocidade O que me mata é a saudade Mas quem souber do meu nome Agricultor fazendeiro Deputado ou engenheiro Protejam o pobre vaqueiro Não deixem morrer de fome Peço a quem for fazendeiro Deputado ou engenheiro Protejam o pobre vaqueiro Não deixem morrer de fome

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