Hoje eu percebo como era bom Viajar na infância com os meus pais Eu nem me incomodava Com a neblina da estrada Indo a Santos, Apreciava a escuridão dos túneis... Que gerava apreensão Mas sempre se acabava E eu sorria... Na praia, curtia o vaievém das ondas... E hoje percebo que a vida é assim Com muitos túneis pelo caminho E muitas ondas Só que algumas nem divertem tanto... Como era bom ir à casa dos meus avós Em Minas... Da janela, víamos o trem... E sempre corríamos Quando ouvíamos o seu apito... Só que o trem logo passava Deixando saudade... Trem de ferro... Traz de volta da sua viagem Os sonhos mortos Refeitos em campos verdes e fontes puras Traz de volta o amor, que se foi... Junto com a fumaça da sua chaminé E volta aos trilhos Para com seu apito Despertar os viajantes desatentos do caminho Ah, me lembro bem... Dos sonhos que ficaram para trás... E que eram tão reais... Mas sinto falta também daquela paz E do amor que recebia sem nada oferecer Acho que até hoje espero o trem Que traz boas lembranças E desperta o que há de melhor em mim... Trem de ferro... Traz de volta da sua viagem Os sonhos mortos Refeitos em campos verdes e fontes puras Traz de volta o amor, que se foi... Junto com a fumaça da sua chaminé E volta aos trilhos Para com seu apito Despertar os viajantes desatentos do caminho