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GATO ZAROLHO
Felinos são animais curiosos: são pouco afeitos a ordens, vêem bem no escuro, mudam de quintal com pouca dificuldade... Se forem zarolhos então, nunca olham pra uma só direção...
A Gato Zarolho vem se firmando, nesses quase cinco anos de existência, como um laboratório em que as referências musicais de cada integrante servem de amálgama para o som que a banda apresenta. Não apenas a mistura de elementos musicais diversos, mas, em última instância, a mobilidade constante no modo de conceber essas misturas é que tem sido o norte do grupo. Desde os momentos iniciais, quando a banda (por conta da sonoridade predominantemente acústica) era associada a uma certa idéia de regionalismo, até a fase atual, de encerramento de um ciclo em que a ambiência rock é um dos componentes mais nítidos, a Gato Zarolho privilegia um repertório pouco linear. Isso se manifesta tanto em conjuntos de músicas que guardam significativas diferenças entre si como no fato de uma única música, por vezes, constituir-se de ritmos e concepções de arranjo diferentes. Uma idéia que nos tem ajudado a pensar o que produzimos é a de que não buscamos a mistura. É antes como se procurássemos diferentes caminhos para chegar a lugares específicos. Esses lugares não são tantos assim: a satisfação em forma ampla, a delicadeza, a agressividade e a percepção de que, mesmo parados, estamos em andamento. É uma parte dessa trajetória, aquela que pudemos elaborar dentro do Estúdio, que apresentamos nesse Olho nu fitando átomo, que é a reunião de todas as nossas divisas: ao longo das onze faixas desse álbum, ficam assinaladas as sonoridades que viemos perseguindo desde que começamos.
De quantos modos uma música pode ser ouvida? Um poema pode ser lido? Um quadro pode ser olhado? A Gato Zarolho não sabe e recomenda que quem saiba não nos informe.
Afinal é esse não saber que nos estimula a mudar tanto de óculos, de ângulos, que faz a zabumba pesar nas nossas costas tanto quanto uma flauta.
RELEASE DO SHOW
O show terá aproximadamente 1 hora e 20 minutos de duração.
Durante a apresentação haverá constante intervenções de poesias e danças, que complementarão o sentido das músicas executadas.
Além de música, poesia, e dança, o show contará ainda com telão que ajudará a sintetizar a proposta da banda.
É importante ressaltar que a inclusão da poesia no show, não seguirá o modelo tradicional da recitação. A banda não entende que poesia e música precisem andar em caminhos paralelos: podem andar dentro uma da outra.
A dança, no show, estará destituída de suas funções puramente coreográficas: O experimental e o contemporâneo serão os ingredientes que irão compor as intervenções corporais.