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Mais uma banda de rock...E por que não?
Como tantas, procurando um espaço no complicado mercado fonográfico brasileiro.
Como várias, apostando no seu potencial, acreditando numa oportunidade, metendo as caras.
Como muitas, chegar onde ninguém jamais foi.
Mas se tudo que o público/mercado quer é algo que foge do comum, onde está a diferença então?
Pode-se dizer que a General Tequila não foi formada pra realizar o sonho de rockstar de todo garoto de 15 anos.
Pode-se dizer também que jamais, em outras circunstâncias senão em uma feliz e não-anunciada coincidência, um "metaleiro", um "oitentista convicto", um "groover", um "virtuoso" e um "viúvo do grunge" se reuniriam pra fazer um som, e tocar o "maldito" rock pop, sem um pingo de constrangimento.
Por mais sinuoso e divertido que fosse este caminho, o resultado disso, depois de anos de escola na noite, passeando por todas as vertentes do rock nos covers tocados em 6 anos, é uma banda "prét-a-porter": feita para o palco, dependente do palco, que se alimenta do palco.
Um verdadeiro relógio suíço trabalhando, numa sincronia invejável, tanto intuitiva quanto treinada, pronta pra tocar sob toda e qualquer circunstância.
Essa sinergia se reflete cristalinamente no primeiro cd da banda, que traz um resultado tanto detalhista, caprichoso, minucioso, quanto cru, sincero, de uma até "ingenuidade" ideológica, em sua essência.
Letras de uma sinceridade transparente e contundente, sem falsos engajamentos ou discursos vazios, com doses generosas de um romantismo não-banalizado porém muito valorizado, somadas a arranjos com doses precisas de ousadia, executados com precisão cirúrgica, mas sem implicar nenhuma complicação e sem comprometer a intenção principal da banda, que é buscar, declaradamente, identificação com o público, seja ele de 15 a 80 anos, através de uma simplicidade mais abrangente - e nem por isso, limitadora.
Influências variadas individuais e coletivas, em grande parte distantes dos ícones mais adorados do rock mundial, ajudam a criar uma identidade própria que leva talvez a interpretar a General Tequila como uma banda que toca música "gringa" com letras em português, concluindo-se que na verdade, o som tem a cara do mundo todo. E é essa a pretensão.
O que se ouve é que não há, enfim, nenhuma necessidade egocêntrica de ser a nova salvação do rock, que nunca precisou disso. Nenhuma intenção em resgatar estéticas valorizadas, e nem surfar nas novas ondas em voga.
Não há outras metas, a não ser liberar aquela voz que vem de dentro de cada um, que não pode ser julgada, nem medida ou comparada, e que, a seu modo, alimenta e sufoca as angústias, as dúvidas, os desejos e as esperanças que confrontam uma vida adulta, e se descobrir, se localizar.
E isso soa tão evidente neste trabalho, que não há muito mais o que dizer a não ser que é um rock sincero, amplo, sem hipocrisia, e muito bem tocado, e que só tem compromisso com a fonte.
O rock foi sim, feito pra mudar o mundo.
Mas toda mudança começa de dentro pra fora, e é nisso que se baseia a obra desta banda de Santos, que ainda não descobriu se é uma banda de "heavy pop", "light rock", ou o que quer que seja que se diga.
Sem cair na hipocrisia de dizer: "é rock, sem rótulos", é mais fácil dizer "é o que a gente quiser que seja."
Quem sabe você não descobre a melhor definição de todas?