- Van Transparente969 plays
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Há algo fascinante na estética pop de cerca de trinta, quarenta anos atrás. Há algo de especial, que não conseguimos identificar precisamente, mas que sentimos, e notamos que se perdeu completamente com o passar dos anos.
Não somos ingênuos a ponto de pretender resgatar este ethos, nem tampouco emulá-lo. A impossibilidade de tais pretensões é gritante, e ridículos são os resultados de quem as tenta: parecem tentativas frustradas de galinhas querendo voar...
Entretanto, devido a nossas preferências auditivas e estudos musicais, o que resulta de nosso esforço criativo remete, de forma tão natural quanto a nossa respiração, aos sons conjurados por conjuntos de décadas atrás. E como é bom conseguir isto de forma totalmente espontânea e sem forçar nada!
Um primeiro passo já demos: estabelecer um padrão sonoro de forma natural e espontânea. Porém, isto não significa muita coisa em termos de originalidade. Soar como conjuntos de 1970 é algo louvável, segundo nossa valoração subjetiva; mas ao soar como os conjuntos de 1970 pura e simplesmente, não conseguiremos jamais superá-los, mantendo-nos sempre abaixo da linha que separa a novidade da cópia.
Eis que entra nosso trabalho mais árduo. Tais quais cientistas de som, tentamos elaborar algo original, partindo das bases pré-consolidadas dos pioneiros (Beatles, Beach Boys, Roberto Carlos, Kinks...). A busca pela originalidade é uma premissa importante, mas nunca se sobressai sobre a premissa da beleza. O belo, acessível e pungente, harmônico e melódico, a arte limpa, a busca pela melodia perfeita.
Então, acaso queiras ouvir algo nervoso, sujo, dissonante e virtuoso, aconselho-te sinceramente a distanciar-te dos Giramundo. Entretanto, se o caso for de canções bonitas, detalhadamente estudadas para soarem belas e harmoniosas, creio que os Giramundo atenderam suas expectativas.