- Banana371 plays
- Não é normal128 plays
- Não tem saída290 plays
- Fio de Esperança107 plays
- Mané ciumento146 plays
- A Química do Amor146 plays
Comunidade
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Release
Nossa dupla formou-se em 2009, a partir da sincera amizade que construímos, durante o Curso de Mestrado em Letras, na UFU, em Uberlândia, MG. Andréa pesquisava, na época, sobre “A religiosidade na música de Pena Branca e Xavantinho” e eu, sobre “ As poéticas da oralidade”.
Descobrimos, na ocasião, que tínhamos muitas afinidades: somos professoras, temos a mesma formação acadêmica, lecionamos Português, somos apaixonadas por música sertaneja, por arte e por poesia.
De grande sensibilidade, Andréa compunha música sertaneja desde a adolescência e alimentava o sonho de ser cantora. Eu sempre cantei entre amigos e no ambiente escolar. Coordenei um coral infantil por cinco anos na escola em que trabalho, mas, na realidade, não pensava em seguir este caminho. No entanto, ao fazer dueto com Andréa, percebi o quanto nossas vozes se combinavam e como era prazeroso cantar juntas. Foi um misto de amizade com o prazer de cantar em dupla e isso virou um vício, não conseguimos mais parar de cantar: sempre que estávamos juntas para estudar para o curso de mestrado, deixávamos os livros e começávamos a cantoria, sem hora pra acabar.
Passamos a fazer parceria, apresentando os trabalhos acadêmicos com um novo jeito: cantando! Recordo a primeira vez que cantamos em público. Foi na ocasião em que apresentamos um seminário na UFU, quando fizemos uma canção, parafraseando o poema Navio Negreiro, de castro Alves, sob a melodia de “Luar do Sertão”, de Catulo da Paixão Cearense. Nossa performance foi bastante elogiada, o que nos incentivou a prosseguir cantando. Por ocasião da defesa de Andréa, em fevereiro de 2012, cantamos músicas de Pena Branca e Xavantinho ao som da viola e do violão, quebrando o protocolo formal do evento, noticiado em jornais da região.
Decidimos ir além da sala de aula e participamos – com muito orgulho - de alguns festivais de música sertaneja, dentre eles o 1º Festival Nacional de Viola de Cruzeiro dos Peixotos, em 2010, o 6º Encontro de violeiros em Monte Carmelo, em 2011, o Circuito Integração de Viola, em Patos de Minas e a FERMAP, em 2012, ilustrados pelas fotos abaixo.
Nestes festivais cantamos músicas raiz; eu toquei viola e Andréa, violão. Vale dizer que viemos de famílias de gente que gosta de se reunir nos momentos de folga e cantar e crescemos ouvindo rádio e música caipira. Não somos formadas em música, mas somos bastante curiosas e autodidatas nessa área. Nos festivais de viola, conhecemos muita gente talentosa e fizemos amizades com artistas da nossa terra, tais como, por exemplo, Pedro das Gerais, Gilmar Viola, o Mano Véi...
Além dos festivais, cantávamos sempre que aparecia uma oportunidade: em Uberlândia, cantamos no Terminal Central e em alguns barzinhos. Em Patos, cantamos em escolas e em festas populares.
Assim, caminhamos para a gravação desse nosso CD, realizado em Uberlândia, no início deste ano. São seis músicas, a maioria composta por Andréa, eu apenas colaborei com algumas estrofes e na elaboração dos arranjos.
A música Banana – que intitula as faixas – saiu do forno muito recentemente: Andrea fez essa canção nos dias em que iniciamos a gravação do disco. Espero que todos compreendam o sentido conotativo da palavra, que significa – neste caso – desprezo. Aliás, explicamos o sentido desse título na capa do nosso CD. Usamos, sim, a fala popular, por que não?? Somos professoras, mas também nos expressamos no dia a dia como todos, no popular mesmo!!
A segunda música do CD foi inspirada na canção Ninguém aguenta, de meu pai – o professor e compositor carmelitano Chiquin. A música original falava sobre as mulheres ciumentas que incomodam seus companheiros. Mudamos o gênero da música, que em nossa versão se chama “Mané ciumento” pra mostrar que os direitos são iguais, não é mesmo?? Assim, como há mulheres ciumentas, há muito Mané ciumento por aí!!
Uma música que merece destaque neste trabalho é a canção Não é normal, que representa uma homenagem às mães que foram para “o andar de cima”. Aproximando-se o dia das mamães, gostaria que o público ficasse atento a essa canção, de extrema sensibilidade... Essa música traduz os sentimentos de Andréa com a perda da sua querida mãe, ocorrida em 19 de junho de 2005....
Na época, minha amiga ficou muito inconformada, chorava sem parar e não conseguia prosseguir a sua vida. Então, em forma de desabafo, Andréa fez esta canção, e, ao cantá-la, conseguiu aliviar um pouco o coração. Afinal, os textos literários, os poemas, as letras de músicas servem para isso, para buscar traduzir aquilo que é intraduzível: nossos sentimentos.
A opinião do público é fundamental para o nosso trabalho, sendo assim, as críticas e sugestões serão bem vindas!!!!
Um grande abraço, pessoal!
Gláucia