SERTÃO PRATEADO Autor: Antônio Goeldi Goyará Um certo dia Quando ninguém esperava Novamente a fé do povo O sertão todo abalava, Olhei pra o céu Pra ver o que acontecia Era a chuva que molhava Toda tristeza que havia. Guardei a mala Não quis deixar o sertão Trabalhei a terra fria Fiz a minha plantação, Muitos cantavam Outros riam ou choravam Todos faziam a festa Que o sertão todo esperava Não parecia O sertão dilacerado Não tinha fome nem sede Só o verde estampado Sertão cantou, pasto pro gado Sertão cantou, festa do gado Já se falavam Que a colheita ia ser boa A fartura ia ser grande Nas terras santas e nuas Até que um dia Novamente aconteceu A chuva deixou agente O Sol prateou a areia, Vi meu rebanho Morrendo de fome sede A água ficando escassa Desaparecendo o verde. Vi muito gente De mochila pé na estrada Outros que imploravam a Deus Que a terra fosse molhada... Não parecia O Sertão verde encantado Restava a areia seca Todo o sertão prateado Sertão chorou, pasto pro gado Sertão chorou, morte do gado.