Lida Campesina
Composição: Mário de Lima Lucas / Rogério Melo.Eu fui criado nesta lida campesina
Por esta terra que o gaúcho desbravou
Gosto de potros, com massaroca na crina
Sou peão campeiro que do tempo pelechou
Nem bem clareia eu já dou de mãos nas garras
Herança rude que ficou do velho pai
Saio no pingo ao compasso da guitarra
Abrindo o peito e soltando um sapocai
Vento pampeano me revolta o sombreiro
Nas camperiadas no fundo de algum rincão
Recorro campo com meu fiel companheiro
Um cusco amigo que não sai do meu garrão
Trago no sangue esta estampa de monarca
E este jeito de fronteiro peleador
Nos potros xucros que encilho deixo a marca
E a sutileza do gaúcho domador
No meu gateado quebro o cacho a canto a galo
E me enveredo nesta pampa farroupilha
Porque me basta ter apenas um cavalo
Que me conduza pelo verde da coxilha
Hoje costeio o fundão do banhadal
Enforquilhado no meu flete de encilha
Pra ver se encontro os rastros de um bagual
Que a muitos dias desgarrou-se da tropilha
O meu destino é cruzar por estes campos
Na dura cina de domar potros alheios
Seguindo o rumo luzido de pirilampos
Levando a vida na bastera dos arreios
A lua desponta lá lombo da coxilha
Anunciando que chegou o fim da lida
Volto pro rancho pros braços da minha china
Que me compensa das durezas desta vida