- Boi de Santana421 plays
- Vaqueiro1.142 plays
- Casarão554 plays
- Deus Esteja441 plays
- Rio Manso295 plays
- Filhos do Vale251 plays
- Um Lugar Perfeito160 plays
- Xote De Viola144 plays
- Artesã121 plays
- Encruzilhada189 plays
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Gustavo Guimarães nasceu em Diamantina, às portas do Vale do Jequitinhonha. Ainda criança, mudou-se com a família para João Pinheiro, Noroeste de Minas, onde morou até os dezoito anos. Ali, cresceu em meio a matas, córregos, fazendas e veredas, conhecendo e se encantando com o cerrado. Porém, o que mais o marcou, sem dúvida alguma, foi o contato que teve com a música. Àquela época, a única rádio da cidade fazia a cabeça dos jovens com o rock, a MPB e a música sertaneja e caipira. O contraponto eram as manifestações culturais da região, entre elas as folias de reis.
Gustavo se lembra que ouvia de longe o som das caixas e o coro de vozes, seguidos da requinta. Ainda menino, ele tinha que superar o medo dos palhaços para se aproximar um pouco mais dos tocadores e tentar entender o canto arrastado e quase balbuciado pelo mestre da folia. O tempo passou, e a folia deixou de girar. Mas o artista manteve seu contato com a música, através do estudo do violão e de composições que começava a esboçar.
A ligação de Gustavo com o Vale do Jequitinhonha nunca se desfez. Sua avó materna ainda morava em Couto de Magalhães de Minas, e ele sempre estava por lá, chegando ainda a morar e estudar em Diamantina por alguns anos. A cultura do Vale era parte de sua essência. Porém, foi em Belo Horizonte que teve seu contato mais direto com a viola caipira. O encontro foi por acaso. Gustavo dava aulas de violão para principiantes, e um de seus alunos apareceu com uma violinha, perguntando se ele sabia afinar aquele instrumento.
O professor se dispôs a tentar e ficou com a viola. Depois de muita peleja, saiu a afinação em cebolão. Como Gustavo já se identificava com o som do instrumento, por causa das folias e das músicas caipiras, não demorou a ir pegando o jeito da coisa, e logo comprou sua primeira viola. Mesmo sendo autodidata, ele estudou com alguns mestres, para desenvolver técnicas diferentes. Fez aulas com o falecido Zé da Viola e com Fernando Sodré.
Já não havia como negar o encanto e a força daquele instrumento. O som da viola o remetia aos tempos de menino, às folias, às fazendas de gado em João Pinheiro e ao Vale do Jequitinhonha, seu berço. Sua sina de violeiro estava traçada. E o levou de volta às folias, que ele segue a cada temporada de louvação. O CD Vaqueiro, que marca a estréia de Gustavo Guimarães como violeiro e compositor, revela todas essas influências e sonoridades que o acompanharam e ainda hoje o acompanham em sua carreira.