Se Um Dia Eu Deixar De Ser Vaqueiro
Composição: Joãozinho Aboiador / Raminho Severino.Respeita esse forró
Heraldo Júnior e Emanoel
Vai, show
Se um dia eu deixar o meu sertão
Resolver viajar para distante
Eu por lá vou me lembrar todo instante
Das perneiras, do chapéu e do gibão
Da espora, o chicote e o facão
Da Suzana, da corda e da laçada
Do cavalo, galope e a passada
E da caçimba, do açude e do barreiro
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Desde novo que eu sou acostumado
A laçar touro bravo na caatinga
Comer carne de bode, tomar pinga
Dançar xote, baião e correr prado
Aboiar, tirar leite e tanjer gado
Ganha taça e troféu em vaquejada
Vacinar, campear, cantar toada
E namorar com filha de fazendeiro
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Eu não penso em deixar a minha terra
O lugar que eu fui nascido e criado
Eu não quero viver como empregado
Vou ficar aqui no meu pé de serra
Assistir a ovelha quando berra
De manhã o cantar da passarada
Meia noite uma coruja parada
Na estaca da cerca do chiqueiro
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Eu não quero mudar meu ideal
Pra dizer que eu sou um capitalista
Vou seguir minha vida de artista
Só não quero negar meu natural
Se trabalho do campo a capital
Mas não acho essa luta tão pesada
Lá na serra construir minha morada
Sou feliz com o meu povo o tempo inteiro
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Admiro demais a natureza
Vem a chuva, o relâmpago e o trovão
Deus mandando a riqueza pra o sertão
Se vê a água descer na correnteza
Já se vê muito lucro com certeza
Sendo assim já não vai mais faltar nada
Vê o sol de uma manhã orvalhada
Clareando o painel do tabuleiro
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
O vaqueiro é um gênio sertanejo
Que desperta a boiada nordestina
O aboio é a sua disciplina
Ele canta matando seu desejo
Com milheu, rapadura, leite e queijo
O cuscuz, o ango e a qualhada
Se lhe falta manteiga ou carne assada
Ele come a buchada de um carneiro
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada
Se um dia eu deixar de ser vaqueiro
Vou chorar com saudade da boiada