Linguagem Das Lágrimas
Composição: Ivan Souza e Júlio César.Verá entre rugas rolar uma lágrima se agora olhar o meu rosto cansado,
De minha história marcada de mágoas talvez eu já tenha até te falado,
O peso da idade às vezes que faz das minhas lembranças coisas repetidas,
Palavras que hoje pra muitas pessoas, parecem que foram até esquecidas
Então resguardando as minhas memórias escondo a tristeza que vive comigo,
E fico buscando no meu pensamento aquilo que nunca me foi esquecido,
A enorme moenda que tinha o engenho, e dentro do tacho garapa fervendo,
Açúcar e melado fazendo das canas que as juntas de boi estavam moendo,
Eu chego a sentir antigos sabores nas vezes que a alma tristonha divaga,
E o cheiro que exala de uma lamparina bem naquela hora que ela se apaga,
Da carne de porco guardada na banha o aroma gostoso de café torrando,
Pamonha no forno e banana da terra por sobre chapa do fogão assando,
Eu já não consigo usar de palavras mesmo se eu tentasse ficaria mudo,
As mãos calejadas e a pele queimada da vida do campo vão dizendo tudo,
Talvez por ser moço não possa entender o imenso poder que tem a saudade,
O pranto que cai agora em meu rosto retrata a forma de minha linguagem!
Eu chego a sentir antigos sabores nas vezes que a alma tristonha divaga,
E o cheiro que exala de uma lamparina bem naquela hora que ela se apaga,
Talvez por ser moço não possa entender o imenso poder que tem a saudade,
O pranto que cai agora em meu rosto retrata a forma de minha linguagem!