OLHANDO O PASSADO, VEJO NOSSA HISTÓRIA. NO BRAÇO DA VIOLA, TUDO CONQUISTEI. DESDE MUITO NOVO, MORANDO NA ROÇA. NA VELHA PALHOÇA, ALI ME CRIEI. A MINHA CASINHA, LÁ NO PÉ DA SERRA. EM MEIO A FLORESTA, UM PEDAÇO DE TERRA. OUVINDO O CANTAR, DAS AVES NO CAMPO. E O BATER DAS ASAS, DÊ UM PIRILAMPO. ASSIM OS MEUS DEDOS, PONTEIA A VIOLA. E PONHO PRA FORA, TODO ESTE MEU CANTO. NO PALCO DA VIDA, EU CANTO ESTA HISTÓRIA. NO SOM PONTILHADO, DE MINHA VIOLA. EU QUE VIVO SOLTO, COMO UM PASSARINHO. CANTANDO PRO MUNDO, NUNCA ESTOU SOZINHO. MESMO ESTANDO LONGE, LÁ DO MEU RANCHINHO. DE LÁ ME RECORDO, COM MUITO CARINHO. E QUEM NÃO CONHECE, ESTE MEU RINCÃO VENHA AQUI PRA VER, ESTE NOSSO SERTÃO PRA VER LINDOS CAMPOS, INTEIRO FLORIDO. E AS BELAS AVES, MULTICOLORIDOS. AO ANOITECER, EU OUÇO NA MATA. EM MEIO A FLORESTA, O SOM DAS CASCATAS. E O NASCER DA LUA, QUE VEM COR DE PRATA. CONVIDA O VIOLEIRO, PARA UMA SERENATA. HOJE NA PAREDE, VEJO PENDURADA. A MINHA VIOLA, TODA EMPUEIRADA. E AS MINHAS MÃOS, JÁ MUITO CANSADA. COM O PESO DA IDADE, E A VISTA APAGADA. VIOLA AMIGA, HOJE ABANDONADA MAS NESTA ESTRADA, TANTO ME ALEGROU. APLAUSOS E GRITOS, EU AINDA OUSO. EM MEUS PENSAMENTOS, ISSO NADA MUDOU. AGRADEÇO A DEUS, TUDO O QUE ELE FEZ. MINHA VÓS A VIOLA, E TAMBÉM VOCÊS. SEM ESTE MEU PINHO, EU NADA SERIA. MEU MUNDA ACABAVA, EU NÃO EXISTIA. OBRIGADO AMIGOS, É DE CORAÇÃO. PRA LEMBRAR A VIOLA, FIZ ESTA CANÇÃO. COM OS TINOS DAS CORDAS, CANTEI MEU SERTÃO. LEMBRANDO AS BELEZAS, DESTE MEU RINCÃO.