Santo domingo
Composição: José Amilcar Ferreira e Júnior Rodrigues.
SANTO DOMINGO
“Com licença parceirada, to largando pra fronteira,
pois a rádio anunciava que tem festa de primeira;
hoje é folga pra peonada que se enforquilha nos pingos
e o encontro é nas três vendas na festa de São Domingos.”
Vem gente de todo lado, brasileiros e paisanos,
pra esta festa macanuda que acontece há muitos anos;
segue o por do sol e vai, que se perder não tem risco,
é adiante do Ponche Verde passando pelo Obelisco.
Bem antes de clarear o dia tem poeira nos corredores
são hermanos de allá para hablar com os assadores,
o dia vai ser dos buenos, com sol forte e céu azul,
o Brasil e o Uruguai hoje é o Rio Grande do Sul.
Mas que baita gauchada este encontro lá na linha,
quem não for vai se sentir faca fora da bainha;
é de engraxar o bigode e se acotovelar na copa
pra depois gastar a sola no fandangaço dos “óca”.
Perdido na procissão, que avança pela estrada,
um cusco vem farejando uma picanha espetada;
se alguém grita nem se escuta em meio a tantas vozes,
e não vão faltar abraços aos Machados e Quincozes.
A cuia é testemunha no encontro das comadres,
e quem chega atrasado recebe a benção do Padre;
é bem assim o domingo e o dia passa ligeiro
ano que vem tem de novo bem no meio de janeiro.