Cantinho de chão Que saudade da minha infância de quando na roca eu morava A humildade era minha elegância pois a pobreza não me intimidava Lembro do pai muito honesto e da minha mãe uma mulher guerreira Meu irmão um encanto vivia unida a família inteira. Me lembro de estrada de chão que nós percorria a longa distancia Chega a doer o coração quando eu tenho essas fortes lembranças Os vizinhos que nos visitava todos os domingos era uma certeza O orvalho e a terra molhada, como é lindo ver a natureza. E a casinha velha de adobo de chão batido luz de lamparina Fogão de lenha e um imenso terreiro que nós brincávamos nas noites clarinhas E o paiol de pau pique onde muitas vezes agente escondia Mais era lá que a mãe bem cedinho acordava para dar milho as galinhas. Minha boca chega enche d agua lembrando das rezas que o pai fazia Servia biscoito e café tinha o leilão e muita alegria Bate uma emoção no peito quanta fé se via na devoção De todos que estavam presentes para assistir a reza de são Sebastião. Hoje os tempos são outros e ainda vejo coisas do passado Naquele cantinho de chão um pedaço de mim ali foi enterrado Os três já não estão entre nós mas pregou uma imensa união Deixou a herança mais rica Que somos nós os nove irmãos