O Saber De Rousote (CD E=H=i.stórias Humanas 2016)
Composição: André Polito.Letra e Música: André Polito
Em mazelo no interior
Rousote um trabalhador
Trabalhava em um restaurante
Que era um pouco entediante
O garçon pobre e honesto
Muito inteligente e modesto
Servia pessoas de alta renda
E admirava o valor gasto na venda
Ele nunca perdeu a esperança
De poder enriquecer sua poupança
Para poder pegar sua família
E frequentar o estilo que via
De folga apenas por curiosidade
Entrou em uma loja de antiguidade
Na prateleira muita tranqueira
Entulhadas entre pó e sujeira
Encontrou nesse trajeto
Um estranho e antigo objeto
Um livro grosso de estranha grafia
Com palavras que ele não conhecia
O vendedor viu a oportunidade
E disse que era uma preciosidade
Pertenceu a poderosos ancestrais
E custava apenas alguns reais
Era muita grana pro assalariado
Não tinha esses alguns trocados
E precisava deles para almoçar
E um condução para poder voltar
A metade eu pago disse o rapaz
E não tenho como lhe dar mais
O vendedor aceitou sua oferta
E disse que ele fez a escolha certa
Quando o garçon ficou sozinho
Foi até uma praça no caminho
Colocou o livro sobre a mesa
E leu “O segredo do tesouro de Bresa”
O título lhe parecia familiar
Já ouvirá isso em algum lugar
Qual seria o tesouro escondido
Nas páginas do livro desconhecido
De bresa ouvirá pouco falar
O livro estava ali para ensinar
O mistério do tesouro encantado
Que o deixava tão fascinado
Decifrando outras folhas
Percebeu que não tinha escolha
Teria que dedicar mais tempo à obra
E ler o livro nas horas de sobra
Ler ele não era acostumado
Achou o livro um pouco complicado
Mas descobriu onde o erário se escondia
E o primeiro enigma o rapaz lia
Enterrado pelo gênio de mesmo nome
A montanha de Harbatol nunca some
Apenas ali ainda está esquecida
Sem esforço de quem não a elucida
Onde é esse tal de Harbatol?
Será que é vilarejo espanhol?
Que gênio ruim pode ser assim?
Só conhecia o do filme do Aladim
E o homem então quis decifrar
Tudo custasse o que custar
Queria esse tesouro imenso
Enterrado por um gênio sem bom senso
Aprendeu hieróglifos egípcios
A língua grega do fim até o inicio
Os dialetos persas ele estudou
O idioma dos judeus se aprofundou
Passaram se 3 anos nada desvendou
A antiga profissão pra trás ele deixou
Foi ser tradutor pra ganhar mais dinheiro
Nas viagens do prefeito ao estrangeiro
O novo emprego era bem remunerado
Ninguém sabia tantas línguas no estado
E varias culturas Rousote conheceu
E um universo novo então apareceu
Em uma reunião estava presidente
Que percebeu um estimulo evidente
O convidou para entrar no congresso
E o ajuda-lo na ordem e no progresso
Ele ficou lisonjeado
Com o convite tão inusitado
No livro tinha muita engenharia
E varias paginas de economia
Pra compreender aquelas pistas
Foi atrás de especialistas
E tornou-se conhecedor
Em pouco tempo era doutor
Projetou pontes com a vontade
De fazer bem para sociedade
E o convidaram para ser prefeito
Quando ele lia sobre direito
E aprendeu a respeitar
Todas as formas de pensar
Mas ele ainda pretendia
Achar o tesouro que queria
E Rousote era considerado
Um nome forte e respeitado
Pela cidade que esse homem evoluiu
Virou ministro importante no Brasil
E construiu estradas e hospitais
E passar fome o povo não passa mais
E nas escolas transparência e honestidade
Com o exemplo de um herói de verdade
Com sua família foi naquele restaurante
Que as pessoas tinham gastos relevantes
Com incógnita ainda em seu peito
Qual parte do livro ele não leu direito
E o novo amigo rico lhe falou
Parabéns o segredo solucionou
O tesouro já esta em seu poder
E os invejáveis bens você pode ter
E Rousote não entendeu
Mas o homem lhe respondeu
Bresa significa saber
E harbatol é o trabalho
Com estudo e trabalho você pode conquistar
E o anagrama é o baralho que o motiva a encontrar
Tesouros maiores que se ocultam no seio da terra ou sob o abismo do mar
E só um homem muito esforçado e inteligente pode decifrar
Bons livros podem proporcionar
Sonhos para conquistar
Mas quem estuda com amor
Tenacidade virá doutor
Rousote é o tesouro
Qual de nós vale ouro
E quem deixa a fraqueza
Em mazelo é a moleza