Há algum tempo atrás, uma galera boa de música, que formava uma banda chamada Maria Preta fez bonito na cena musical e cultural da baixada fluminense. Além de mandarem muito bem pelo Brasil à fora, a banda ainda fazia parte da direção de uma ONG, a Flôr de Bel, que ajudava crianças e adolescentes carentes da região a encontrarem felicidade, luz e esperança em meio à escuridão das ruas da baixada fluminense.
No auge de sua existência, a banda Maria Preta marcou a gravação de uma matéria para o programa Ação (Serginho Groisman) da Rede Globo. Essa matéria divulgaria o trabalho artístico do Maria Preta e de sua ONG.
Foi quando o baixista, Mauro Rincón, chamou seu sobrinho, Rogerinho, (também músico, só que baterista), para aproveitar essa ajudinha da mídia e divulgar o som de sua banda também. O problema era que a banda de Rogerinho era muito inexperiente, e o restante dos integrantes ficaram assustados com a idéia de aparecer na TV. E deixaram Rogerinho na mão...
Foi aí que tudo começou.
No desespero, faltando apenas 4 dias para a gravação, Rogerinho sai procurando integrantes para remontar sua banda (até então, sem nome) e não perder essa chance única em sua vida.
Rogerinho então fica sabendo que um vizinho seu (que até então não conhecia) tocava guitarra. E na cara e na coragem, ele foi até a casa de Christianno, um músico autodidata que por sorte, tinha acabado de sair de uma bandinha de garagem.
E Christianno topa adentrar nesse desafio de montar uma banda em três dias e fazer bonito em frente as câmeras.
Começa aí uma grande amizade. E assim, Rogerinho e Christianno montaram a Karamujos (nome que surgiu um dia antes da gravação da matéria, por falta de opção e pela infestação de caramujos africanos na área onde moravam).
Os dois amigos encontraram um baixista que fechou o power trio e gravou a matéria com eles. Mas ele não podia ficar na banda, pois já tinha muitos compromissos. E a Karamujos sai em busca de um baixista livre pra somar com a banda, em busca do groove perfeito.
Depois de uma busca incansável, é descoberto o terceiro Karamujo, bastante tempo depois de seu antecessor ter abandonado o barco.
Ele foi moldado e lapidado com a cara e atitude da banda. E hoje, Felipe Costeleleta, se sente em casa, e no lugar certo.
O som era redondo, mas faltava algo. Faltavam riffs agressivos, solos mais complexos, e um backing vocal que encaixasse com a 1° voz.
Depois de tocar num mesmo evento que a Karamujos, Márcio Marques vê que suas guitarras, sua velocidade e criatividade nos dedos, conhecimento teórico e alternativo era o que faltava pro som da banda gastrópoda decolar. E ele faz o último show com sua antiga banda e entra de cabeça na Família Karamujos. Uma família que não pára de crescer e conquistar fãs e amigos, peças importantes na construção do caminho da banda.
Hoje os Karamujos estão aí, fazendo a cabeça de muita gente, e mostrando que o rock nacional tem uma grande banda a revelar pela frentre.
Como o nome da banda já diz, eles vão caminhando, sem pressa, mas com muita vontade e garra em busca do raro, mas não inalcançável, sucesso.