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Release
?Levante-se, lute pelos seus direitos...? Essa é, numa tradução livre, a mensagem de Bob Marley em uma de suas canções. Os jovens de Vigário Geral que integram a banda Kitôto entenderam o recado, eles escolheram a música como o seu caminho no mundo e fizeram do reggae a sua forma de se expressar. Apesar de seu nome, o Afro Reggae, após dez anos de história, não tinha ainda constituído uma banda de reggae. A Banda AfroReggae investiu numa combinação de tendências (funk, rap, Maracatu, Congada...) que pouco tinha a ver com o reggae; além disso, a instituição formou bandas que apostam no samba-reggae e em outros ritmos; ou no samba propriamente dito. No entanto, em 2002, o baixista da banda AfroReggae Jairo Cliff pôs guitarra, baixo, bateria e percussão na mão de cinco jovens de Vigário. Depois foi só ensaiar os acordes do gênero que consagrou Bob Marley e pronto: nasceu a banda Kitôto. O nome vem de uma região da Tanzânia, que Jairo trazia da sua experiência com o cantor tanzaniano Fred Macha. Dessa forma, o nome evoca a África, reino distante que veio nos tocar pelos caminhos adversos da escravidão. No entanto, a viagem da África, dos africanos, através do Oceano Atlântico não representou só violência e privação. Representou luta pela liberdade, encontros culturais ricos e criativos e uniu pontos distintos do planeta por exemplo, países da África e da América, como a Jamaica, o Brasil dando origem a novas formas de arte, de sociedade e de luta pela liberdade. É um pouco dessa história que passa pelo som do Kitôto, essa palavra diferente que designa uma topografia do continente africano, mas que aqui significa o poder da música de abrir novos caminhos, de erradicar fronteiras, de criar a possibilidade de jovens negros, moradores de favela entrar em contato consigo mesmos, com o mundo e com o desejo universal de justiça. Porque eles se levantaram, ergueram a voz e com isso lutam pelos seus direitos e os de sua comunidade.