DANÇA DOS RIOS - Laécio Beethoven
Composição: Laécio Beethoven.Dança dos Rios
Oh! Gaivota sensata! Cantou na cascata a saga de um rio.
O São Francisco, tradução exata, nunca à morte foi frio.
Parece sonhar acordado; pede socorro à nascente.
Da “Serra Canastra” gerado, hesita ao conforto descrente:
__ Um rio a perder-se de lado, se impede correr para frente!
O ribeirinho consciente quer salvá-lo, só não só.
Empunha a corte suprema das águas, traíra, piaba, corvina, Corró, Jundiá, tucunaré, jacaré, surubim, cascudo, piau e bicudo, Marreco e socó.
É o amor “fio”, na forma de dança.
Leito do rio, majestosa esperança.
O pescador sob forma de crença.
Amparo da dor, vale à vela valença.
É o amor “fio”, na forma de dança.
Leito do rio, majestosa esperança.
...Rios... Rios...
Convoca à Vasa Barris, Itapicuru (rio irmão).
Estados e povos gentis à caça da “graça erosão”.
__ Por solo imortal, jás! Armado, correu e morreu Lampião.
Pilão Arcado, Ibotirama, Petrolina, Juazeiro, Sobradinho, Casa Nova, Sento Sé, Remanso inteiro, Xique-Xique, Paulo Afonso, Corre “Mor-Pará-tinga”, Barra também, Santa Maria, Malhada, Belém.
É o amor “fio”, na forma de dança...
Do mito, gaivotas suscito. Salve rios ou fim do mapa!
Fazei uma prece, prendei uma fita! Valei-me Bom Jesus da Lapa!
__ Onipotente água, fale! Dança peixe, canta vale!