Férias De Julho
Composição: Magno Charrua.FÉRIAS DE JULHO
(Chamarra)
Pés descalços pela geada, nas madrugadas de julho, assoviando vai o piá.
Um vulto na escuridão, com uma varinha na mão, as tambeiras vai voltear.
Observa as silhuetas, sabe que o pousadouro é no matinho do meio,
dá um atiço para o nada, sai a tropa enfileirada num passito de passeio.
Segue costeando a cacimba, cruzando no capão velho pra desviar do banhadal,
logo acima é a porteira, sua avó está na mangueira de tamanco e avental.
Êra! Êra! Bordadinha... Êra, êra Mascarada!
Pega o rumo Pampa Velha, tá na hora de ordenhar!
E os terneiros tão berrando, loucos de fome esperando um apojo pra mamar.
Mas se vem o fim de julho, acabrunhado e tristonho, vem assoviando o piá.
Vai ajeitar a mochila, amanhã volta pra vila, o seu pai vem lhe buscar.
Com os olhos embaçados dá um abraço nos avós e a varinha vai guardar,
vai voltar para os cadernos, nas outras férias de inverno com certeza vai voltar!
Êra! Êra! Bordadinha... Êra, êra Mascarada!
Pega o rumo Pampa Velha, tá na hora de ordenhar!
E os terneiros tão berrando, loucos de fome esperando um apojo pra mamar...
Muitos julhos se passaram, mas as coisas lá de fora pro guri não vão passar.
A vara se fez violão, o tempo se fez canção pro cantor se fazer piá.
Êra! Êra! Bordadinha... Êra, êra Mascarada!
Pega o rumo Pampa Velha, tá na hora de ordenhar!
Êra! Êra! Bordadinha... Êra, êra Mascarada!
Pega o rumo Pampa Velha, tá na hora de ordenhar!
Logo acima é a porteira, sua avó tá na mangueira de tamanco e avental.
Êra! Êra! Bordadinha... Êra, êra, Mascarada!
Êra! Êra! Bordadinha... Êra, êra Mascarada!
Pega o rumo Pampa Velha, tá na hora de ordenhar!