Bastardo
Composição: Mano CDJ.Mais uma estória, que vem do gueto,
Curtição, causas e efeito,
Na memoria ela se lembra do sujeito,
Uma noite e nada mais foi desse jeito.
Que uma vida foi gerada,
Sábado, 14 de maio, data gravada,
Embriagada, depois de altas rodadas,
De uísque e cerveja na balada.
Uma jovem está grávida, loka pra abortar,
Tomou buchinha, citotec, há! A bolsa tentou estourar,
Viu que não ia adiantar,
Aquela vida tinha que carregar.
O feto foi crescendo com vários muros,
07 meses nascimento pré-maturo,
No pensamento ela não enxerga o futuro,
Uma semana passa e ele é deixado em um escuro.
Ao lado de uma lixeira,
Deixado de qualquer maneira,
Dentro de uma banheira,
Com fraldas, talco, mamadeira,
Depressão pós-parto não é brincadeira.
Na calçada, mais um bebê é abandonado,
Mãe desesperada, fato consumado,
Mas também, cadê o pai que não está do lado,
Ela pede a Deus que ele seja encontrado.
Um casal com um choro se levantou,
Viu o recém-nascido e se espantou,
Ao se aproximar o choro cessou,
Uma noite que a vida deles marcou.
Na noite escura, uma mãe desesperada,
Abandona seu filho na rua, na calçada.
O casal conseguiu a liberação do juiz,
Agora aquele bebê pode ser feliz,
Com uma família, um lar, alguém pra o amar,
Sozinho ele já não está.
Encontrou uma mãe e um pai,
Uma irmãzinha que é demais,
O tempo vai passando,
25 de dezembro 01 ano,
Alguns passos já está dando.
Com 05 anos começou a estudar,
Só 10 no boletim escolar,
Sua inteligência era de impressionar,
Com 09 anos já fala em se formar.
Fazer uma faculdade,
Mas com 10 anos de idade,
Começa a surgir às adversidades,
Sua irmã ouviu em casa toda a verdade.
Que seu irmão Nerd era adotado,
Espalhou na escola aonde foi apelidado,
Como Bastardo, assim ele é chamado,
Por todo lado, bastante chateado,
Uma grande ira seu coração invadiu,
Revolta, indignação sentiu, em casa disse o que ouviu,
Seu pai com dificuldade assumiu, e perdão pediu.
Sua mãe chorou e o abraçou,
Falou que grande é o seu amor,
01 ano se passou e muita coisa mudou.
O garoto nota 10 da escola, agora na erva dá umas bolas,
Faz o corre e o seu bairro apavora,
Seus pais adotivos com vergonha foram embora.
Nem sequer o avisou,
Na porta da rua as suas coisas deixou,
Um falso amor foi demostrado,
E novamente ele foi abandonado.
Bastardo, Bastardo, filho pardo,
No mundo abandonado, ele é só mais um Bastardo...
Bastardo, entre o amor e o ódio, a ideia prossegue no segundo episódio.
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