Aporreado
Composição: Rogério Villagran.Cola curta e sem “tupete”,
Arisco, “sonando as venta”.
Com “cosca” de corda e garra,
Por malino se sustenta.
Tem gana de caborteiro
E cismas de melindroso.
Troca orelha desconfiado
E agita o fleco do toso.
Em cada festa que chega
Desperta apreço e receio,
Requintando azar ou sorte
N´algum chapéu de sorteio.
E o teu nome ganha fama
Quando um narrador confronta
As topadas mais “machazas”
Que a tua história reponta.
No palanque a tua estampa
Destapa força e imponência,
E quando sai corcoveando
Simboliza esta querência.
De cada índio ginete
Que já sentou no teu lombo,
Sabe do peso da espora
Ou do estouro dum tombo.
Falado nos entreveros
E em tardes de gauchada.
Se destaca entre os veiacos
Nos campos de gineteada.
Pra viver pelas tropilhas
Teve o destino traçado,
Pois não nasceu pra ser manso,
Nasceu pra ser aporreado.