VIKING
Composição: Marco Aton.Somos filhos do tempo que a viking
Fez as fotos de cidônia em marte
Mergulhamos na heroica vertigem
Sem saber se havia coragem
Depois que poderosos mísseis
Dizimaram tudo o que restou
Nos sentimos tão bem
Tão livres
Mas abaixo dos destroços ainda ficou
E cada vez que nos aproximávamos de dar o grande salto
Cada vez que o riso fatal percorria seus lábios secos
O sentido errôneo de tudo aquilo que passou recrudescia em nossas veias
Como se estivesse nosso sangue condenado a ser eternamente venoso
Derramando pouco à pouco o que de mais importante havia
Um dia vi nos seus olhos
Nítido
Um desespero indisfarçável
Horror
Nós ali dentro da nave viking
Lançados agora com ainda mais vigor
Pra fora das antigas matrizes
Milênios de civilização
Que antes nos fizeram acreditar limites
Um deus arcaico e submissão
Você ainda lembra do seu pai na sala
Tentando ser o que estava escrito
Mas as coisas não se encaixavam em nada
E não havia o que pudesse fazer
A não ser sentir o gosto amargo dos desejos retorcidos
Sob os olhos vigilantes de uma falange de fantasmas furiosos
Em nome do pai, do filho e do espírito
Com que prepotência nos diziam então
Como se não bastasse ainda estarmos vivos
Nos condenavam por não rir em vão
Mas no oxigênio do seu quarto ríamos
Sentia em sua saliva a mais louca confissão
Longe dos uivos dos cães travestidos
Guardava no meu peito a sua pulsação
Em nosso ardor
Sem que fosse um crime
Seu veneno eu bebi com vontade
Você me olhou com seus faróis de siga-me
E nos sentimos como se nunca houvesse pare
Me aceitou como se eu fosse o antídoto de um paciente terminal no incor
Com um coração plástico made in china
Retirando a respiração artificial
Respirando finalmente