Desde pequeno gosto de música, quando criança minha mãe cuidava da casa com o rádio ligado, era a época do regime militar e com a censura a maior parte das musicas que eram tocadas eram românticas, cujas letras falavam de coisas que não incomodassem o regime de censura. Na televisão (com celofani colorido)era Nacional Kid, Rintintin, muisicais com Frank Sinatra, do Elvis, Banana Split(muito doido). Já na década de 70, a sociedade organizada e os estudantes não aguentavam mais farofafa, bilu teteia, fuscão preto e outras coisas as quais nada tenho contra, mas, era pouco para uma juventude revolucionária e com vocação para liberdade. Surgiram novos ídolos, meio malucos, mas muito legais, Rita Lee e Tutti fruti, Raul Rock Seixas, Caetano, Gil, Tropicalismo, Mutantes, O Terço, etc.
O Brasil não era mais o mesmo, era um caminho sem volta, e eu no meio disso tudo abraçei causas como as Diretas Já, Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, não havia uma só manifestação onde eu não estivesse, conheci gente cabeça, bicho grilo, gente nada à ver, mané, pitchulas, malucos e fui ao (Construção) onde conheci o Hard rock e suas vertentes, Led Zeppelin, Deep purple, Back Sabbath, Ten yeas after, Pink Floyd, e muitos mais. Hoje aos 46 percebo que presenciei muitas mudanças e sou feliz de ter me tornado um músico que recebu muitas influências, faço questão de ser eclético, mas com muito bom gosto, tentando em minhas apresentações demonstrar um pouco desse universo que vivenciei e vivencio, pois o tempo não para e a gente não quer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade. Espero que ao ler este meu pequeno release voces se inspirem e abram o coração a todas manifestações culturais, pois o grande músico é aquele que rejeita o preconceito e aprecia o esforço independente do resultado. Todos começamos de algum lugar e hoje eu já nem lembro como empunhar minha vassoura Gibson e imitar os trejeitos do Jimi Page no solo de Starwai to heaven, mas, eu tenho certeza que no atual cenário musical tem muito Guitar Man que mandou ver no cabo da vassoura, fazendo solos incompeensíveis com a voz , com olhos fechados imaginando o Morumbi lotado e aplaudindo por meia hora o seu "trabalho". Valeu Galera.