Autobiografia
Composição: Mário Gonçalves Dias Júnior.Em um caderno com velhos poemas
esquecido alguém encontrou
Entre acrósticos e versos uma letra antiga
num estilo pop-rock'n'roll.
Sem qualquer metragem, sem nenhuma regra,
"Inconstantes chuvas tropicais"
São lembranças que ainda molharão os rostos,
Mesmo que não chova mais.
Eu vi o mundo aos 17 anos,
A juventude repleta de planos
Era um dos poucos que ainda andava a pé,
Me acha excluído até.
Mas eu era um cara diferente,
Que acha Freud e Marx convincentes
E que não dançava mais conforme a música.
Eu tinha um estilo meio pessoal,
E a galera achava até legal eu ser assim
E quando, às vezes, me excedia um pouco,
Levava o nome de careta-louco do botequim.
Mas, me descobri aos 21,
Era um cara ainda incomum
Politizado, nostálgico e ateu,
Bem empregado com jeito plebeu.
Sentia falta do tempo incrível,
De ideias socialistas, papos de alto nível
O caderno é parte da recordação
das rodas de amigos e do violão.
Ainda tinha um jeito pessoal,
E a galera achava bem normal eu ser assim
E como sempre me excedia um pouco,
Levava o nome de careta-louco do botequim.
Os versos levam e trazem lugares
Que foram parte do que eu fui, vi e vivi
Salas de aula, praças, ruas e bares
Que me fizeram ser o que eu sou aqui
(Mas não se engane)
Eu não sou poeta, me chame apenas sonhador
Me chame apenas de eterno sonhador.