- Minha Vida5 plays
- Desistir, Agora Não39 plays
- Ela Não Virá38 plays
- Mãe7 plays
- Cenas De Um Filme9 plays
- Ela Não Virá Ao Vivo5 plays
- Mãe Ao Vivo7 plays
- Desistir, Agora Não Ao Vivo3 plays
- MINHA VIDASingle/EP, 2023
- Cenas De Um FilmeSingle/EP, 2022
- Marlon Matos e sua Banda5 músicas, 2022
- TE LEVARSingle/EP, 2022
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Release
Marlon Matos
Autobiografia e Release
Em 1994, eu tinha sobrado no Exército e parado de es-
tudar na 8a Série, estava em casa sem fazer nada. Minha mãe
Julieta foi na casa da minha tia Julinda fazer uma visita. Che-
gando lá, meu padrinho Meirelles perguntou por mim: “e Mar-
lon, está fazendo o quê?” E minha mãe respondeu: “nada. Está
desempregado.” “Manda ele pra cá pra trabalhar comigo no bar
que abri na Pavuna”, pediu ele. Desse dia em diante, começa
minha vida por assim dizer, porque eu ganhando dinheiro podia
comprar todos os LPs e fitas K7 que eu sonhava. Em 1992, por
intermédio do Almir e do Alberto, conheci The Smiths e Morris-
sey, que se tornaram minha paixão rapidamente.
Como eu estava trabalhando, o pagamento da semana eu dava
a metade em casa e outra metade eu gastava com o que eu qui-
sesse. Então, comecei a comprar os LPs do Morrissey. Em 1997,
comecei a me senti muito só com os meus discos em casa. Então,
resolvi fundar o fã clube Everyday is Like Morrissey Fan Club.
Foram momentos extraordinários na minha vida. Eu recebia car-
tas a semana toda por quatro anos direto. Conheci muita gente
por cartas e pessoalmente, tanto no Rio de Janeiro como em São
Paulo. Também arrumei minha primeira namorada Daniella.
Nessa época, eu era muito tímido e depressivo. Lembro
que pra pedir ela pra namorar comigo foi assim: convidei ela pra
ir ao CCBB na Praça XV, escrevi um bilhete com o pedido de na-
moro, entreguei pra ela e falei: “só quero que você leia quando
chegar em casa”. Ela foi no banheiro e leu o bilhete. Ela volta do
banheiro e me dá um beijo na boca, e sem mais palavras, a gente
fica juntos por três anos. Então, passei a frequentar muito mais
a Zona Sul, tanto de dia como à noite nas festas.
Comecei a fazer um fanzine do fã clube. Nesse mesmo
ano, eu conheci as meninas do fã clube do The Cure. Elas fizeram
um abaixo-assinado para o The Cure vir ao Brasil. E o Cure veio,
e elas tiveram reconhecimento por isso. Ao contrário de mim,
que fiz a mesma coisa do abaixo-assinado pro Morrissey vir ao
Brasil, e deixei passar em branco. Fiquei de 1998 a 1999 pegando
2000 assinaturas. Depois, me juntei com um pessoal de São
Paulo, que pegaram mais 3000. E, ao todo, foram 5000 assina-
turas. Então, no ano de 2000, ele veio pela primeira vez ao Brasil.
Fiquei tão feliz que não pensei mais em nada. Nesse período,
voltei a estudar e concluí o Ensino Médio.
Desde criança, sempre gostei de cantar e compor, mas
nessa época eu não colocava nada no papel. Quando chegou em
2002, encerrei com as atividades do fã clube. Em 1999, pedi ao
meu irmão mais novo, que já sabia tocar violão, pra me ensinar
a tocar. Aprendi a tocar três acordes e fiz minha primeira música
e letra, dessa vez, escrita no papel: ‘‘O Meu Olhar No seu Olhar”,
“Ela Não Virá”, “Tempo de Despertar”, “Por que Será Que Ela
Não Consegue Me Amar?”, “Nasce Um Sol” e “Te Levar”
Formei a banda Delta de Vênus, que depois virou Sybil
Vane, comigo no vocal, Edmar Matos na guitarra, Alberto Santos
no baixo e Almir Rodrigues no violão. Quando chegamos em
2003, sem termos feito nenhum show e nem gravado sequer
uma demo, paramos de tocar juntos. Sigo compondo sozinho
por um tempo, porque eu tinha pego gosto pela coisa e não me
conformava em deixar essas músicas no esquecimento e o ato
de compor me enchia a alma e elevava o meu ego.
Em 2004, eu caso com a Telma Costa e sigo compondo,
mas não coloco nada em papel. Passei a gravar umas fitas K7.
Em 2007, meu filho Brendo Matos nasceu. Um belo e triste dia
em 2009, eu chego em casa e encontro meu filho brincando de
puxar todas as minhas fitas K7 e meus CDs. Recolho do chão
tudo o que deu pra recuperar e levo tudo pra casa da minha mãe
e esqueço tudo lá por muitos anos, e paro de compor.
Tento vender meu violão e não consigo. Meu padrinho
vem a falecer e minha mãe também e esqueço a música por mui-
tos anos. Em 2015, eu me separo da Telma e caso com a Evandra
Neris e volto a compor e tenho mais um filho Maiky Neris, que
hoje em dia adora cantar comigo minhas músicas.
Em 2020, meu irmão Edmar Matos comprou um apare-
lho de som que passa fita e vinil pra mp3 e passa aquelas fitas
que eu tinha esquecido lá na casa dele pra mp3 e me manda os
arquivos. Quando ouço, me deparo com músicas que eu nem
lembrava mais. E uma delas é: ‘’Agora Eu Não Vivo Mais de Ilu-
sões Estou Eternamente com Meus Pés no Chão’’. O nome é
grande assim em homenagem ao Morrissey.
No dia 21 de outubro de 2020, gravo essa música na
Grave Online. Vinte e um anos depois essa então fica sendo mi-
nha primeira música gravada com áudio de qualidade. Depois,
gravei ‘’Desistir, Agora Não’’, ‘’Te Levar’’ e ‘’Ela Não Virá’’, que
gravei com meu amigo Naldinho, que tocou bateria, baixo e vio-
lão.
Termino então dizendo pra vocês o que aprendi até
agora. Muitos vão dizer que vocês não podem e vão se incomo-
dar por não desistir. Se mantenham em silêncio e sigam com
os seus planos e acreditem muito mais em vocês do que
nos outros.