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Maurício Gringo

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Cidade/EstadoAnanindeua / PA
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Cigarra morta - Cármen Cinira

Composição: Maurício Gringo.
Cigarra morta - Cármen Cinira (Espírito) Chamam-me agora aí Cigarra morta, E não podia haver melhor definição, Porque caí estonteada à porta Do castelo em ruínas, Do desencanto e da desilusão!... Minhas futilidades pequeninas... Meus grandes desenganos... Eu mesma inda não sei Se é ventura morrer na flor dos anos... Sei apenas que choro O tempo que perdi, Cantando em demasia a carne inutilmente; E vivo aqui, somente, De quanto idealizei De belo, de perfeito, grande e santo, Que inda hei de realizar Com a rima do meu verso e a gota do meu pranto. Dá-me força, Senhor, Para concretizar meu anseio de amor: Evita-me a saudade Da minha improdutiva mocidade Eu não quero sentir, Como cigarra que era, A falta das canículas doiradas Sob a luz de ridente primavera. Já que tombei cansada de cantar, Calando amargamente, Perdoa, Deus de Amor, o meu pecado: Que eu olvide a cigarra do passado, Para ser uma abelha previdente.

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