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Maurício Gringo

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Cidade/EstadoAnanindeua / PA
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Minha luz - Cármen Cinira

Composição: Maurício Gringo.
Minha luz - Cármen Cinira (Espírito) Eu era, Dor, a alma rubra e inquieta, A pomba predileta Do prazer, da ilusão e da alegria... Meu coração, alegre cotovia, Saudava alvoroçado O segredo da noite e a luz clara do dia, Quando chegaste de mansinho, Pisando sutilmente o meu caminho... E eu te enxerguei, despreocupada, Em meu engano, em minha fantasia: Primeiramente, Foste, austera e inclemente, A um dos belos tesouros que eu possuía E mo roubaste para sempre... Em fúria iconoclasta, Como o simum que arrasta As cidades repletas de tesouros Confundindo-as no pó, Foste aos meus ídolos mais caros, Destruindo-os sem dó. Prosseguiste, ó divina estatuária, Na tua obra silente e solitária, E quebraste Minhas cítaras de ouro, Meus mármores de Paros, Meus cofres de alabastros, Minhas bonecas de biscuí, Minhas estatuetas singulares... E humilhaste Meus sonhos de mulher e de menina, Que eu pusera nos astros Em meio às melodias estelares! Mas, desde que chegaste, Foste a sombra divina Que acompanhou meus passos ao sepulcro... Tudo sofri, Ó Dor, por te querer, Porque depois que vieste Qual pássaro celeste Para abrir rosas de sangue no meu peito, Encheste a minha vida De um estupendo prazer, quase perfeito! Aos poucos me ensinaste a abandonar Meus prazeres fictícios, Trocando-os pela luz dos sacrifícios! Por tudo eu te bendigo, ó Dor depuradora, Porque representaste em meu destino, De alma sofredora, O fanal peregrino Que me guiou constantemente Através das estradas espinhosas Para as manhãs radiosas Da Luz Resplandecente... Sê, pois, bendita, ó Dor linda e gloriosa, Pois da volúpia estranha dos teus braços, Vim pelas mãos da morte complacente Para a vida sublime dos Espaços!...

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