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Maurício Gringo

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Cidade/EstadoAnanindeua / PA
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Na imensidade - Augusto dos Anjos

Composição: Maurício Gringo.
Na imensidade - Augusto dos Anjos (Espírito) Alma humana, alma humana, tu que dormes Entre os grandes colossos desconformes Da carne, essa voraz liberticida, Desse teu escafandro de albuminas, Em tua mesquinhez não imaginas A intensidade esplêndida da Vida! Inda não vês e eu vejo panoramas De luz em gigantescos amalgamas De sóis, nas regiões imensuráveis, Auscultando os espaços mais profundos Na sinfonia harmônica dos mundos, Singrando a luz de céus incomparáveis. Do teu laboratório de arterites, De gangliomas, úlceras, nevrites Ao lado de humaníssimas vaidades, Não podes perceber as ressonâncias, Quinta-essências de todas as substâncias Na fluidez das eletricidades. Aqui não há vertigens de nevróticos, Nem bisonhos aspectos de cloróticos Nas estradas de eternos otimismos! A vida imensa é coro de grandezas, Submersão nas fluídicas belezas, Envergando os etéreos organismos. Ante a minhalma fulgem ideogramas, Pensamentos radiosos como chamas, Combinações no mundo das imagens; São vibrações das almas evolvidas E que, concretizadas e reunidas, Formam luminosíssimas paisagens... Em pleno espaço – Imensidade de ânsias, Sem aritmologias das distâncias, Sem limites, sem número, sem fim. Deus e Pai, ó Artista Inimitável, Deixai meu ser esdrúxulo, execrável, No prolongado e edênico festim!

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