Mazinho Bertazo - Meu Pai Amado
Composição: Mazinho Bertazo e Renan Luiz Scheraiber.Eu falo e não me engano,
Pois muito bem eu me lembro.
Era vinte e um de novembro
E dois mil e cinco era o ano.
O Patrão Velho soberano
Ao meu pai um convite fez.
E então chegou a sua vez
Deste plano desencarnar.
E em outro mundo foi morar
Passando assim a vivez.
Eu que esbanjava alegria
E animava uma pista.
Me consideravam artista
Mas versos eu nem fazia.
E quando foi naquele dia
Do momento transitório.
Durante o seu velório
Eu fiz uns versos rimado.
Pra relatar meu pai amado
Escrevi este poema simplório.
Falar do meu velho pai
Me deixa emocionado.
Me da um nó na garganta
De lembrar o seu passado.
Gaúcho simples, humilde,
Sempre bem humorado.
E com a minha mãe, Dona Polaca
Por mais de 30 anos foi casado.
Quando morou em Ponta Grossa
E por lá era requisitado
Pra que um ambiente fúnebre
ficasse um pouco mais animado
A funerária queria muito
Uns velórios diferenciado
E meu pai contava uns causos
Que até o morto achava engraçado.
Na sua vida meu pai fez de tudo
Pra não lhe faltar os trocado.
Foi boa fria, foi carpinteiro
Foi mestre de obra, foi empregado.
Foi marceneiro, foi pedreiro,
Em Mariópolis foi até delegado.
Por lá teve um salão de baile,
Por sinal, muito afamado.
E pelos concursos de trova
Quando seu nome era anunciado.
Falo com toda certeza,
Que ele não ficava preocupado.
Já os outros trovadores,
Ficavam loco, apavorado.
Pois meu pai era bom de ideia
Mandava bem nós versos improvisado.
Levava uma vida calma
Meu pai tava aposentado.
Só que o destino é incerto
E aos poucos foi derrotado.
Pro céu se foi mais um filho
Deste Rio Grande amado
Gaúcho de bota e bombacha
E do lenço colorado.
Pra que não conheceu
meu velho pai amado.
Seu nome é Vilson Bertazo
Por muitos era admirado
Quem com ele conviveu
E a ele, seu amor foi prestado.
Só me resta duas palavras
Muito obrigado.