Quando Deus inquieta o nosso coração para uma determinada missão, já sabemos que não vai ser fácil, e quando dizemos sim, Ele nos mostra como é prazeroso ser instrumento dEle. No começo da estrada todos achamos que já é o meio dela, queremos fazer tudo o que achamos ser capacitados a fazer e não percebemos que Deus está guiando cada passo e ensinando tudo o que precisamos saber, no momento adequado.

Ao longo dessa minha jornada até hoje, Deus abriu os meus olhos para inúmeras coisas, inclusive para a forma como Ele age para me capacitar, mostrando que me conhece de uma maneira que eu nunca serei capaz de imaginar. Ás vezes aprendia coisas, e continuo aprendendo, em momentos tão simples e improváveis que realmente me dão a certeza da presença de Deus em minha vida e do amor que Ele tem por mim. Mesmo quando eu estava longe dEle, eu não estava, eu pensava estar, mas provavelmente era a melhor maneira de me mostrar o que eu precisava ver.

“Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.”
João 13:34

Eu olho para trás, como se estivesse sentado no alto de uma montanha observando os lugares onde vivi cada momento. E vejo que, realmente, nada, absolutamente nada do que eu vivi, estava fora de lugar, foi tudo planejado e executado pelas mãos de Deus. Mesmo quando, num momento infeliz, as palavras de um sacerdote me disseram para eu parar de cantar na igreja, era Deus me fortalecendo e me mostrando que, ás vezes, todos os sinais podem me guiar para um determinado caminho, mas Ele está comigo e sabe, realmente, por onde eu devo andar.

“Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes e a palavra de Deus permanece em vós...”
1 João 2:14

Deus sabe o que vai nos impulsionar e marcar nossas vidas. Nunca vou esquecer do primeiro festival de música católica que participei junto com meu ministério na cidade de Igaraçu do Tietê em 2004 (ano em que entrei pra faculdade de Agronomia de Botucatu). Ganhamos o festival, fizemos muitos amigos e Deus deixou claro que seus planos eram muito maiores do que eu esperava. A sede pela música e pelas coisas de Deus estava crescendo. Comecei a participar do GOU (Grupo de Oração Universitário) da Unesp, fiz amigos irmãos no ambiente universitário, aprendi muita coisa sobre a vida.

Em Julho de 2005, fiz o Curso de Áudio da Codimuc. Convivi com pessoas de diversos lugares do Brasil, com inúmeras experiências diferentes das minhas. Adquiri conhecimentos técnicos importantes. Mas o que marcou meu coração mesmo, foi a visão que eu passei a ter da música e mais do que isso, comecei a medir o tamanho da minha entrega, comecei a pensar se o que eu estava fazendo era o suficiente para contagiar as pessoas ao meu redor. A partir daí fui me envolvendo com mais intensidade na música cristã, eu queria cada vez mais do que Deus tinha pra mim (Ele tinha muita coisa e com certeza ainda tem muito mais). Nesse momento eu já não queria estar onde eu estava. Não queria mais cursar Agronomia, porém fiquei mais 3 anos na faculdade. Deus ainda precisava de mim ali.

Quando o interesse pela faculdade já estava próximo de ser nulo, minhas forças começaram a sumir e comecei a me distanciar das coisas de Deus. Eu e minha banda começamos a tocar fora da Igreja, na tentativa de ganhar dinheiro com a música e num curto espaço de tempo já não tocávamos mais nas missas e grupos.

Em 2010 eu decidi que precisava dar novos rumos à minha vida. A banda acabou e comecei a cantar solo. O nome da banda passou a ser o apelido pelo qual algumas pessoas me chamavam (MORADDA). Com o apoio de amigos, gravei um CD e DVD com músicas do gênero Pop. No final deste mesmo ano abandonei de vez a faculdade de Agronomia e prestei vestibular para Publicidade e Propaganda, buscando novos meios para divulgar meu trabalho e ganhar dinheiro para me manter.

Em fevereiro de 2011 entrei para a USC (Universidade Sagrado Coração) para começar o curso de Publicidade. Eu estava no lugar certo e as coisas, finalmente, pareciam ganhar um novo sentido. Eu tinha, novamente, um sorriso no rosto todos os dias. Mas ainda faltava alguma coisa. Que mensagem eu estava passando? O que as pessoas sentiam ouvindo minhas músicas?

“Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e creste. Sabes de quem aprendeste”
2 Timóteo 3:14

Nesse momento percebi que eu precisava compor músicas com uma mensagem legal e que dessem um sentido maior à vida das pessoas. Músicas que falassem de paz, de amor, de vida. E na verdade era o que eu também precisava, canções que expressassem o que a humanidade necessitava ouvir. O que eu não sabia era que isso também fazia parte daquele plano de Deus. Mais uma vez Ele estava me mostrando de onde vim.

Em 2013 lancei o meu 1º Álbum de Músicas Católicas intitulado “Ser”, que somando com Moradda se torna “Ser Moradda”. Há um significado enorme e um testemunho registrado nas canções que vão muito além de um produto. É a minha história que está gravada nestas músicas. É muito mais que som, é vida que se eterniza nas letras e nos acordes. A mesma vida que eu procuro passar quando canto.

É preciso mostrar que a nossa música pode ser ouvida no dia-a-dia e não só dentro das igrejas. A música de Deus tem que infiltrar o meio secular. Eu vejo a música católica como uma forma de conquistar as pessoas que não estão dentro da Igreja e reconquistar as que já estão. Meu coração grita por um mundo melhor e que só é possível se buscarmos o Deus que liberta, o Deus capaz de unir qualquer diferença. Creio que os jovens do Brasil e do mundo precisam conhecer esse Deus, para serem jovens de verdade, serem alegres de verdade e mostrarem com autenticidade que Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Mais do que um simples cantor, eu quero ser jovem sempre! Porque é o que me faz estar próximo de Deus e se eu vivo isto, eu vou cantar esse jeito de viver onde e como eu estiver!

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.”
Marcos 16:15