- Minha palhoça (se você quises2.335 plays
- Moreira na ópera1.513 plays
- Cachoro da madame2.234 plays
- O conto do pintor2.541 plays
- A fera de ouro1.101 plays
- Pistom de gafieira1.095 plays
- Homenagem ao malandro2.471 plays
- Petição1.017 plays
- Eu não sou baiano1.171 plays
- Filmando na amrica2.036 plays
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Cantor. Compositor.
Seu pai era músico, trombonista da Polícia Militar e morreu quando ele tinha dois anos. Foi obrigado a deixar a escola para ajudar a mãe no sustento da casa. Carioca da Tijuca e criado no Morro do Salgueiro, teve uma infância e uma juventude muito pobres, passadas na própria Tijuca e nos subúrbios da Leopoldina.
Com 13 anos, já tinha feito todo tipo de trabalho, tendo sido empregado de fábrica de cigarros e tecelagens.
Mais tarde, foi funcionário fixo na Assistência Municipal, mudando-se do Morro da Cruz para o bairro do Estácio.
Demitido de vários empregos, sempre se reunia com amigos em serenatas e encontros de samba no Morro da Babilônia. Descobriu sua vocação junto à nata da malandragem no bairro do Estácio dos anos 20.
Aos 19 anos comprou um táxi e começou a trabalhar como motorista de praça. Mais tarde sairia do emprego para se tornar motorista de ambulância, profissão que o segurou até aposentar-se. Em 1928, casou-se.
Segundo todos que o conheceram, sua imagem de malandro e boêmio se tratava apenas de um personagem. Ela era, na verdade um cidadão exemplar e cumpridor de seus deveres. Originalmente como seresteiro, firmou-se como cantor e compositor e tornou-se um verdadeiro mito, uma unanimidade na música popular brasileira. Em quase um século de vida, teve uma trajetória de acontecimentos surpreendentes. Morreu em 6 de junho de 2000, no Rio de Janeiro, de falência múltipla dos órgãos.
Iniciou a carreira artística ainda na década de 1920, cantando música romântica em bares e em bailes pela cidade do Rio de Janeiro. Em 1931, foi contratado pela Odeon e lançou seu primeiro disco, com as macumbas "Ererê" e "Rei de Umbanda", ambas de Getúlio Marinho. No ano seguinte, gravou mais duas obras de Getúlio Marinho: os sambas "Na favela" e "Eu sou é bamba". No selo desse disco, seu nome apareceu como Antônio Moreira "Mulatinho". Ainda em 1932, gravou pela Columbia os sambas "Vejo lágrimas", de Ventura e Osvaldo Vasques e "Arrasta a sandália", de Aurélio Gomes e Osvaldo Vasques, esse último, seu primeiro grande sucesso. Ainda nesse ano, gravou pela Victor as marchas "Pra lá de boa" e "Oi Maria", ambas de Assis Valente. Em 1933, fez sucesso com o samba "É batucada", de Caninha e Visconde de Bicoíba. Gravou também o maxixe "Xandica", de Paraguassu e os sambas "Tudo no penhor", de Benedito Lacerda, "Cabrocha Inteligente" e "Quando a noite vem chegando", de Ary Barroso, e "No morro de São Carlos", de Hervê Cordovil e Orestes Barbosa. Para o carnaval de 1934, lançou a marcha "Levante o dedo" e o samba "Cadê você, meu bem?", ambas de Assis Valente. Ainda nesse ano, lançou o samba "Confissão do malandro", de Guilherme Santos, o primeiro que fazia referências ao malandro e à malandragem, que se tornaram marcos em sua carreira. Em 1935, voltou a gravar pela Columbia e lançou as marchas "Gosto de você iaiá", de Gomes Filho sobre tema de Schubert e "Coração constipado", de Gomes Filho. Gravou ainda marcha "Sá Miguelina", sua primeira composição gravada, parceria com Heitor Leite Sodré. Fez sucesso no carnaval de 1935 com o samba "Implorar", de Kid Pepe, Germano Augusto e J.S. Gaspar. Gravou em 1936, os sambas "Qual é teu desejo", de Heitor Catumbi; "Adeus... vou partir", de sua autoria e Djalma Esteves; "Olha a lua", de sua autoria e Siqueira Filho, e "Tenho tudo", de sua autoria, além da valsa "Roxa de saudade", de Heitor Catumbi, e a marcha "Depois de você", de Donga e Eduardo de Almeida. No ano seguinte, gravou os sambas "O trabalho me deu o bolo", de sua autoria e João Golô, que retomava o tema da malandragem, e "O que tem iaiá", de Antonico do Samba e Getúlio Marinho; "Todo mundo está esperando", de sua autoria e Ernesto Sepe; "Mineiro sabido", com Cícero Nunes; "Fraco abusado", com Clóvis Vieira e Vespasiano Luz, e "Do amor ao ódio", de Luiz Bittencourt e Heitor Catumbi. Notabilizou-se pelos sambas de breque que compôs e interpretou, tornando-se o maior nome neste gênero musical. Sua primeira intervenção improvisada foi em 1937, durante uma apresentação no Teatro Meyer, no Rio, quando interrompeu bruscamente o acompanhamento do samba "Jogo proibido", de T. Silva, D. Silva e R. Cunha e inseriu uma frase no compasso. Neste mesmo ano, César Ladeira, responsável pelo apelido artístico "Moreira da Silva", ouviu-o cantar no Cassino Atlântico e convidou-o para trabalhar na Rádio Mayrink Veiga. Em 1938, lançou os sambas "Cassino", com Manoel Fernandes; "Nega Zura", de José Gonçalves, o Zé com Fome, e "Nega de gafieira", de sua autoria e C. de Farias. Em 1939, retornou para a gravadora Odeon e lançou as batucadas "O trabalho me deu o bolo", de sua autoria e João Golô, já gravada anteriormente na Columbia e "Adeus, orgia adeus", de Djalma Esteves e Felisberto Martins. Nesse ano, excursionou por Portugal, onde chegou a trabalhar no filme "A varanda dos rouxinóis", dirigido por Leitão de Barros. Gravou em 1940 o samba "Casinha amarela", de Djalma Esteves, Edgar Freitas e F. Santos, e o samba-choro "Acertei no milhar!", de Wilson Batista e Geraldo Pereira, com o qual fez grande sucesso com uma interpretação marcante. Nesse ano, lançou pela Victor o samba "A deusa da vila", de Djalma Esteves e David Nasser e a batucada "Com açúcar", de Wilson Batista e Darci de Oliveira. Para o carnaval de 1941, lançou pela Victor a marcha "Olha a cara dela", de sua autoria e Geraldo Pereira, e o samba "Assim termina um grande amor", de sua autoria, Djalma Esteves e Miguel Baúso. Nesse ano, fez sucesso com o samba "Amigo urso", de Henrique Gonçalez. Em 1942, gravou os sambas-choro "Dormi no molhado", de sua autoria; "Fui a Paris", com Roberto Cunha; "Lembranças da Bahia", com Geraldo Pereira e "Mentiras de madame", de Henrique Gonçalves. Para o carnaval de 1943 lançou o samba-choro "Diplomata", de Henrique Gonçales e o samba "Voz do morro", de sua autoria e Geraldo Pereira. No ano seguinte, gravou entre outras, o choro "Meu grande amigo", de Henrique Gonçales e o samba "Meu pecado", de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. Em 1945, gravou os sambas "O samba na Gamboa", de Raul Marques; Ciro Souza e Ary Alexandrino e "Lindo Lar", de Moacyr Bernadino e Norberto Martins. Em 1946, gravou o choro "Amigo-da-onça", de Henrique Gonçalves; o samba-de-breque "Noiva da gafieira", de Ludovico Guimarães e Valdemar Pujol e os sambas "O relógio da matriz", de Côrrea Filho e José Bruni e "Adeus, Aurora", parceria com Moacyr Bernadino. Em 1948, lançou os dois últimos discos pela Odeon com os sambas "Amigo desleal", com José Conde; "Margarida", com Zózimo Ferreira e "Estácio de Sá", de Antenor Borges e F. Marques e a marcha "A volta da jardineira", com Zózimo Ferreira. Nesse ano, transferiu-se para a recém criada gravadora Star na qual estreou com a marcha "Rei dos ciganos", de Bucy Moreira; Henrique Almeida e Mario Amorim, e a batucada "Ela é feia, mas é boa", de Príncipe Pretinho e Oldemar Magalhães. No ano seguinte, gravou os sambas "Mulher que eu gosto", de Afonso Teixeira e A. F. Marques; "Falta de elegância", de sua autoria, Henrique Almeida e Walfrido Silva; "Pra cubano ver", com Henrique Almeida e "Alto, moreno e simpático", de Frazão e Roberto Martins. Gravou em 1950, a marcha "Arraiá do Barnabé", de Paquito e Romeu Gentil; o samba "Olhai pelo Brasil", de sua autoria, Zezinho e Crispim Alves, e os sambas-choro "Entrevista", de sua autoria e "Sou motorista", de Átila Nunes e Altamiro Carrilho. Em 1951, teve uma rápida passagem pelo selo Carnaval no qual gravou dois discos com as marchas "Viva o elefante", de Anadion Glauco e Diógenes Lima e "Boquinha de siri", de Pereira Matos e Airton Amorim, e os sambas "Ele tem que voltar", com Isidoro e "Sempre a mulher", de Rubens Campos e Gesta. Em 1952, transferiu-se para a gravadora Continental e no disco de estréia lançou os sambas "Cavaleiro de Deus", de Airton Amorim e Ferreira Gomes, e "Na subida do morro", de sua autoria e Ribeiro Cunha, com acompanhamento de Severino Araújo e Orquestra Tabajara. O samba "Na subida do morro" se constituiria num de seus maiores sucessos. No mesmo ano, lançou outro clássico de seu repertório, o samba "Olha o Padilha", de sua autoria juntamente com Bruno Gomes e Ferreira Gomes, música que satirizava um delegado de polícia de grande notoriedade na época. Em 1953, gravou os sambas "1.296 mulheres", parceria com o humorista Zé Trindade; "Falsa Grã-fina", de Alfredo Costa e Oldemar Magalhães; "Na carreira do crime", com Lourival Ramos e "Poeta dos negros", J. Santos, João Batista e Valdir Machado. No ano seguinte, lançou os sambas "Diploma de pobre", de João Batista da Silva, Príncipe Veludo e Jorge Santos; "Bamba de Caxias", de sua autoria e Ribeiro Cunha e "Laranja tem vitamina", de sua autoria, e a marcha "A mão do Alcides", de Bruno Gomes, Ferreira Gomes e Wilson Batista. Em 1955, gravou pelo pequeno selo Santa Anita o LP "Moreira da Silva o tal" que incluiu sucessos como "Acertei no milhar", de Geraldo Pereira e Wilson Batista; "Noiva da gafieira", de Waldemar Pujol e Ludovico Guimarães; "Bamba de Caxias", de sua autoria e Ribeiro Cunha; "Na subida do morro", com Ribeiro Cunha e "Amigo urso", de Henrique Gonçalez. Em 1957, retornou para a Odeon e lançou o samba-de-breque "Chang Lang", de sua autoria e Ribeiro Cunha, com o qual fez bastante sucesso, e o choro "Escuta moreninha", de sua autoria e Heitor Catumbi. No ano seguinte, lançou o LP "O último malandro", no qual cantou, entre outras, "Que barbada", com Jucata e Walfrido Silva; "Vara criminal", com Ribeiro Cunha; "Olha o Padilha", com Bruno Gomes e Ferreira Gomes e "Dormi no molhado" e "Dona história com licença", de sua autoria. Em 1959, seguindo sua linha de identificação com a figura do malandro, lançou o LP "A volta do malandro", no qual interpretou "Gago apaixonado", de Noel Rosa; "Pé e bola", com Waldemar Pujol; "Meu pecado", de Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues e "Zé Carioca", de Zé da Zilda e Zilda do Zé. Nesse ano, recebeu o troféu Disco de Ouro escolhido pela revista Radiolândia como o melhor sambista do ano. Gravou em 1961, o LP "Malandro em sinuca", no qual interpretou "O conto do pintor", de Miguel Gustavo; "A volta de Chang-Lang", de Almir Castro Barbosa e Kiabo; "Antigamente", com Heitor Catumbi; "Malandro em sinuca", de sua autoria, e "Meritíssimo" e "Malandro bombardeado", com Ribeiro Cunha. No ano seguinte gravou dois novos LPs com a temática da malandragem: "Malandro diferente" e "Moreira da Silva, o "Tal"...malandro". No primeiro, registrou sambas como "O pugilista de fama", com Claudionor Martins; "Carango assaltado", com Kiabo; "Reminiscências", com Heitor Catumbi; "Fui a Paris", com Ribeiro Cunha e "Aquele adeus", de Mário Teresópolis. No outro LP gravou "Fraco abusado", com Vespasiano Luz; "Aviso aos fazendeiros", com Lourival Ramos e Ribeiro Cunha; "Deu o bode pra polícia", de Silvino Neto; "Bailarinos do gramado", com Lourival Ramos e Ribeiro Cunha, e "Que loura é essa?", de Oldemar Magalhães e Alberto Costa. Com a fama de malandro, passou a interpretar um personagem nos enredos de seus sambas de breque, Kid Morengueira, presente no enorme sucesso "O rei do gatilho", de Miguel Gustavo, que originou uma série de sambas do mesmo autor, que ele gravou dentro do tema cinematográfico. O disco de maior sucesso dentro deste tema foi "O rei do gatilho", de 1962. Por essa época, gravou vários discos de 78 rpm por pequenas gravdoras como Albatroz, Magistral e Regency, sem grande repersussão. Em 1963, gravou pela EMI-Music o LP "O último dos moicanos", com destaque para a música título, de Miguel Gustavo; " Mil e uma atrapalhadas", de Wilson Batista e Sinhô; "Chave-de-cadeia", com Geraldo Gomes e "Patrulha da cidade", com Kiabo. No ano seguinte, lançou o LP "Morengueira 64", que trazia entre outras composições, os sambas "Gilda", de Erasmo Silva e Mário Lago; "Aquela dama de preto", de Mário Rossi e Newton Teixeira; "Mulher que tem cabeça", de sua autoria e Gomes Filho; "Judia rara", com Jorge Faraj e "Mulher má", com Zé Pretinho. Dois anos depois, gravou o LP "Conversa de botequim", música título de Noel Rosa, além de "Avisa a Maria que amanhã tem baile", de Haroldo Lobo e Milton Oliveira; "Minha palhoça", de J. Cascata; "Homenagem", de sua autoria; "Pistom de gafieira", de Billy Blanco e "Pedra que rolou", de Pedro Caetano. Em 1968, pelo selo Cantagalo, lançou o LP "O sucesso continua", que trazia alguns sucessos antigos como "Na subida do morro", com Ribeiro Cunha, além de "Resposta ao amigo urso", de Maria Nazaré Maia; "Beijo de amor", com Buci Moreira; "Baile da Piedade", de Raul Marques e Jorge Veiga; "A carne", com Amorim Roxo; " Apressado queima a boca", com H. Carvalho, e "Baianinha cheirosa", de sua autoria. Em 1970, retornou à gravadora Continental e lançou o LP "Mo "Ringo" eira", que brincava com o sucesso de filmes de bang bang com o personagem Ringo, muito em voga na época. Esse disco apresentava entre outras, "O seqüestro de Ringo", de Miguel Gustavo; "Rebocador Laurindo", com Geraldo Gomes; "A fera de ouro", com Lourival Ramos; "Samba aristocrático", com José Dilermando; "Moreira na ópera", de Henrique Batista e Marília Batista e "Paraíso de malandro", de Sereno. Dois anos depois, comemorando seus 70 anos de idade lançou pelo selo Tropicana o LP "70 anos de samba", disco no qual interpretou música como "Moreira enfrenta Verdugo", de Cyro de Souza e Ribeiro Cunha, e que aludia a um famoso personagem de luta livre da televisão e sucesso na época; "Restaurante chinês", de Zé da Zilda e Adilson Gonçalves; "Os versos e a valsa", com Heitor Catumbi; "Estou naquela do Roberto Carlos", de Darcy Nascimento; "A nega da gafieira", com João Correia de Faria e "Otário feliz", com João Correia da Silva. Em 1976, gravou as faixas "Acertei no milhar" e "Dinheiro não é semente" no LP "O dinheiro na música popular brasileira", produzido por Ricardo Cravo Albin. Em 1979, gravou pela Polydor o LP "O jovem Moreira", registrando as faixas "Idade não é documento", com Cyro Aguiar; "Homenagem a Noel", de sua autoria; "Gago apaixonado", de Noel Rosa; "Partido alto dos passarinheiros", de sua autoria e Aidran Carvalho e "Eu vou partir", com Zé Keti, entre outras. Nesse ano, convidado por Chico Buarque, participou das gravações do LP "Ópera do malandro" na faixa "Meus doze anos", fazendo dueto com Chico Buarque. Em 1980, no Projeto Pixinguinha, excursionou por todo o Brasil. Desde os anos 1980, era sempre lembrado no dia de seu aniversário, 1º de abril, conhecido como o Dia da Mentira. Nesta data, costumava desfilar de carro na Rua da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro, vestido de terno branco e chapéu-panamá, encarnando o estereótipo do "malandro". Fora sua atuação como cantor, ficou famoso por seu temperamento irreverente, com resposta para tudo na ponta da língua. Lançou pela Top Tape em 1986, o LP "Cheguei e vou dar trabalho", no qual gravou alguns antigos sucessos como "Amigo urso", de Henrique Gonçalez e outras músicas como "Inadimplente", de sua autoria; "Último desejo", de Noel Rosa; "Já não posso andar na rua", com J. Cristiano; "Garota de Copacabana", de Zilda do Zé; "A volta do boêmio", de Adelino Moreira, e "As rosas não falam", de Cartola. Em 1989, pelo selo Fama/CID, o LP "50 anos de samba de breque", no qual interpretou seus maiores sucessos e outras músicas como "Fui ao dentista", de Cícero Nunes e Sebastião Fonseca; "Cidade lagoa", de Cícero Nunes e Sebastião Fonseca e "Fenômeno", de Nilton Moreira e Joaquim Domingos, além do pot-pourri: "Aquele retrato lindo", com M. Micelli; "Implorar", de Kid Pepe e Germano Augusto; "Abre a janela", de Arlindo Marques Jr. E Roberto Roberti; "Até amanhã", de Noel Rosa; "É bom parar", de Rubens Soares e "Que samba bom", de Geraldo Pereira e Arnaldo Passos. Em 1992, foi homenageado pela Escola de Samba Unidos de Manguinhos, que desfilou com o samba-enredo "Moreira da Silva - 90 anos de um malandro". Em 1995, apresentou-se com grande sucesso no Teatro João Caetano, no "Projeto Seis e meia". Nesse ano, lançou seu último disco, o CD, "Três malandros in Concert", em parceria com Bezerra da Silva e Dicró, uma sátira ao disco "Três tenores in Concert" , de Plácido Domingo, José Carreras e Luciano Pavarotti. Em 1996, seus 94 anos de idade foram comemorados na Boite Ritmo, em São Conrado, Rio de Janeiro, com participação especial de vários artistas. Ainda em 1996, virou tema de livro com o lançamento de "Moreira da Silva - O último dos malandros", de Alexandre Augusto. Em 1998, participou do CD comemorativo "Brasil são outros 500", gravando as faixas "Amigo-urso" e "Resposta ao amigo", cantando em duo com Gabriel O Pensador. Morreu em 2000, quando foi homenageado com um show beneficente no Canecão, destinado a pagar dívidas contraídas no hospital, dirigido por Ricardo Cravo Albin, que reuniu diversos artistas como Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Sandra de Sá, Elza Soares, Carmen Costa, Emilinha Borba, Jads Macalé e Billy Blanco. Em 2001, foi homenageado por Jads Macalé no CD "Macalé canta Moreira". Seus maiores sucessos foram "Acertei no milhar", de Wilson Batista e Geraldo Pereira; "Amigo-urso", de Henrique Gonçalves, "Fui a Paris" e "Na subida do morro", com Ribeiro Cunha. Até seus 98 anos de idade, apresentava-se constantemente em shows. Foi assim que chegou aos 69 anos de carreira, com 20 discos lançados, mais quatro CDs e mais de 100 discos em rpm. Conviveu com músicos de variadas gerações e estilos, desde Pixinguinha até Gabriel O Pensador, passando por Chico Buarque de Holanda, Ary Barroso, entre outros. Em 2009, foi homenageado pelos cantores Jards Macalé e Maria Alcina no espetáculo "Homenagem ao malandro" no Teatro Nelson Rodrigues, na Caixa Cultural. Na ocasião foram relembrados sucessos do cantor como "Acertei no milhar", "Piston na gafieira", "Na subida do morro", "O último dos moicanos" e "Faustina". Em 2012, foram lançadas pelo selo Discobertas duas caixas com 4 CDs cada uma reunindo oito LPs lançados pelo cantor na Odeon entre 1958 e 1966. Na primeira caixa, intitulada "O último malandro" estão os álbuns do mesmo no, de 1958, "A volta do malandro", de 1959; "Malandro em sinuca", de janeiro de 1961, e "Malandro diferente", de setembro do mesmo ano. Na caixa dois, intitulada "O Tal Malandro" estão os LPs "O Tal Malandro", de 1962; "Moreira da Silva", de 1963; "Morengueira 64", de 1964, e "Conversa de botequim", de 1966. No mesmo ano, foi lançada pelo selo Discobertas a caixa "Moreira da Silva - Anos 50", com três CDs. O primeiro, trás a reedição do LP "O tal", de 1955. Os outros dois reunem gravações realizadas por ele entre 1950 e 1955. Num deles, com gravações feitas entre 1950 e 1953, incluiu composições como "Arraiá do Barnabé", de sua autoria; "Ele tem que voltar", com Izidoro de Freitas, e "Cavaleiro de Deus", de Ayrton Amorim e Ferreira Gomes, e no último, raridades como "Poeta dos negros", samba exaltação de J. Santos, João Batista da Silva e Valdir Machado, em homenagem a Castro Alves, e "Na carreira do crime", de sua autoria e Lourival Ramos.