Rotina Do Sertão
Composição: Muniz do Arrasta-pé o Namoradinho do Nordeste.No meu sertão quando era bem cedinho,
Papai dizia Vamos gente trabalhar,
Pegue a enxada, a chibanca, a picareta,
Arre o burro na calçada quer para gente se mandar;
Mamãe botava Naquela Mesa comprida,
Um prato cheio de carne seca e manguzá
Aí a gente comia muito ligeiro,
Pois a hora nos chamavam nem podia descansar.
É É,
É o homem do meu chão,
É é,
É é,
É um agente de valor,
É é,
É assim o agricultor,
Por que na terra molhada Ele É Quem planta o feijão.
Saía cedo para o roçado broca mato,
Na terra boa gente tinha que plantar,
Cortava lenha se furava nos espinhos,
Deixava o chão bem limpinho para a planta germinar.
Papai dizia meus filhos tenham paciência,
Essa rotina um dia tem que mudar,
Aí a gente trabalhava animado,
E o lucro do roçado dava para fome Matar.
No meu sertão as coisas só ficam ruim,
Quando a seca domina Nosso Chão,
Aí a gente é obrigado a vender,
Para arranjar o que comer nosso cavalo alazão,
Quando é assim sertanejo não aguenta,
Vende a inchada, a picareta, e o facão
Pega a mulher e os meninos Com os brinquedos,
Joga tudo sem destino em cima de um caminhão.
Daí a pouco estando em terra estranha,
Pru o Céu Azul eles atreve olhar,
Muito tristonho pensando consigo mesmo,
Nunca mais a de voltar para o meu Belo Torrão,
Mas se tem fé Deus do céu ilumina,
E essa Sina só vai ter prosperar são,
Chove ligeiro troveja e relampeja,
E o velho sertanejo torna voltar para o Sertão.