Sou garimpeiro procurando ouro Em minas que só brotam dor Venho de longe e preciso de um porto Num seio pra deitar meu corpo Num beijo quente um pouco de sabor Sou viajante, mas não tenho pressa E nem saudade na lembrança resta Na mala reza solidão Do caminho só desilusão Do meu cigarro cinzas no chão Cinzas de esperanças Espero que brotarão. Sou delator clamando minha parte Sou pedra dura faltando metade Sou diamante frágil Raridade, sem valor Sou o disparate de um homem Sou sangue frio que nos meus lábios escore Sou o invisível, o impossível homem, sem valor Jazigo em terras de faiscador Sou garimpeiro agora procuro amor Na velha estrada onde talvez ele ficou Ainda cansado procurando um porto Nas entre linhas do beijo composto Foi um beijo quente, com total sabor. Passado a limpo, esperança na pele Qual caminho você me sugere? Fico aqui em plena discussão Todos partiram e me deixaram Do meu cigarro apenas restou Cinzas no chão E a bituca na minha mão. Sou delator clamando minha parte Sou pedra dura faltando metade Sou diamante frágil Raridade, sem valor Sou o disparate de um homem Sou sangue frio que nos meus lábios escore Sou o invisível, o impossível homem, sem valor Jazigo em terras de faiscador Chorando por amor