- Da Serra Ao Bonfim227 plays
- Orum10 plays
- Sentimento Oceânicomúsica nova
- Lágrimas Brancas1 play
- Estragos Sutis471 plays
- O Sonho dos Quartos Infinitos.mp3147 plays
- Deputamadre Blues115 plays
- Onde Vivem Os Pássarosmúsica nova
- O Fimmúsica nova
- Apenas Lembrançasmúsica nova
- Atlântico Corpo11 músicas, 2022
- Paraíso Perdido nos Bolsos10 músicas, 2016
- Olho do MundoSingle/EP, 2012
- Memorial dos AbismosSingle/EP, 2008
Comunidade
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Release
Mergulhar, de forma profunda e explorar ainda mais densamente alguns dos temas que permearam a trajetória da Pelos, encontrando, neste trajeto, partes de uma história que completa mais de duas décadas. É este um dos impulsos criativos centrais que pariram “Atlântico Corpo”, álbum que celebra os 23 anos de atividade da banda mineira, criada ainda em 1999, no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte. O disco foi lançado em novembro de 2022 e foi considerado por veículos como Scream and Yell, jornal O Tempo, Globo Minas, Programa de Indie (Eldorado FM) e Alto Falante como um dos melhores discos nacionais do ano.
O trabalho foi gestado, em todas as suas etapas, em um dos períodos mais difíceis do mundo recente, a pandemia. Durante o ano de 2021, a banda realizou imersões musicais durante o isolamento social em uma casa na região de Brumadinho (MG), em busca de novos caminhos sônicos e líricos para a Pelos, inspirados em questões como ancestralidades, clivagens raciais, vivências contemporâneas dos corpos pretos e periféricos e demais discursos artivistas, modos de afetos e pertencimentos territoriais, traduzindo-as em sonoridades que avançam o rock e alcançam a soul music, o funk, o folk, o afrobeat o blues e o jazz.
Deste processo, começou a nascer um disco que representa uma série de atravessamentos criativos, pessoais e coletivos da banda hoje. Através de suas 11 faixas, “Atlântico Corpo” compõe uma obra que reconhece a herança afro-diaspórica (“Orum”, “Sentimento Oceânico” e “Festa do Corpo Bantu”), reagem ao racismo (“Lágrimas Brancas”, “Lacunas”), expressam relações pessoais (“Um Rio”, “Dela em Mim”; “Etérea”) além dos territórios e espacialidades onde permanecem as vidas que teimam em não se apagar (“Da Serra ao Bonfim”; “Ao Sul de Zona Alguma”; “Tema para Um Homem Em Queda”). O repertório, em letra e música, destaca parcerias diversas entre os membros da atual formação da Pelos, composta por Robert Frank (voz, guitarra, piano e sintetizadores), Kim Gomes (guitarra), Herbert Almeida (guitarra, piano e voz) Thiago Pereira (baixo) e Pablo Campos (bateria e voz).
O universo sonoro das novas criações impulsionou a Pelos a produzir e gravar o álbum com o produtor e músico mineiro Leonardo Marques, em seu estúdio Ilha do Corvo. Dono de uma assinatura sônica impressa em diversos trabalhos da cena musical brasileira contemporânea, Marques e seu estúdio foram essenciais para a concepção final do “Atlântico Corpo”, possibilitando ambiências, texturas e climas que enriqueceram bastante os arranjos pensados para as novas canções. Registrado majoritariamente ao vivo, com a banda executando juntos as novas canções no estúdio (o que possibilitou um ‘calor’ destacável na gravação), o repertório ganhou novas camadas com o acréscimo de metais, instrumentos vintage, efeitos inusitados e backing vocals da parceira de longa data Michelle Oliveira, cantora de projetos como Cromossomo Africano, Dibantu e Marimbando.
Ao lançamento do disco, precederam-se três singles que apresentaram inicialmente “Atlântico Corpo” ao público. O primeiro foi “Lágrimas Brancas”, canção finalista do Prêmio da Música de Minas Gerais de 2022, que recebeu um clipe impactante assinado por Gabriel Martins, da produtora cinematográfica Filme de Plástico. Gabito, como é conhecido, é parceiro de longa data da Pelos (e baterista da banda-irmã do grupo, a Diplomattas) assinou diversos trabalhos anteriores como grupo e dirigiu “Marte Um”. “Dela em Mim” foi o segundo single escolhido. A canção foi finalista do Prêmio de Música de Itabirito de 2022, e para seu lançamento, ganhou uma arte assinada pela artista visual Maria Rosa, responsável pelo incrível projeto antiracista e feminista Arte de Maria. Para fechar esta etapa de divulgação prévia, a banda lançou “Da Serra ao Bonfim”, com uma capa assinada pelo vocalista Robert Frank que homenageia uma das figuras que inspiraram a canção: a travesti Cintura Fina, que fez história na capital mineira durante as décadas de 60 e 70, que posteriormente ganhou um clipe assinado pelo incrível Pedrão da produtora áudio visual "P.DRÃO Vídeo Clipes.
Sobre a banda
“Atlântico Corpo” é o primeiro registro em estúdio com a atual formação da Pelos, banda que tem uma história iniciada há mais de 20 anos no cenário do rock independente da cidade. A perseverança em seguir atuando por duas décadas é para poucos, principalmente neste espírito underground e ativista que sempre norteou o trabalho do grupo. Formada em 1999 a Pelos, originalmente batizada de Pelos de Cachorro, nasceu no Aglomerado da Serra, periferia de Belo Horizonte, e tornou-se, com o reconhecimento do público, dos pares musicais e da crítica especializada um dos mais importantes nomes do rock mineiro das últimas décadas. A explicação para isso está na discografia sólida, repleta de canções que partem do rock mas bebem de outras fontes pretas eternas como o soul, funk, jazz e o blues e nas elétricas e performáticas apresentações ao vivo do grupo e em sua trajetória de permanência e luta pelas vozes negras e periféricas, como expostas nos discos: “Memorial dos Abismos” (2008), “Olho do Mundo” (2012), e “Paraíso Perdido nos Bolsos” (2016). Essa longa história também foi narrada em alguns dos principais palcos e eventos da música mineira contemporânea, como no Festival Internacional de Arte Negra, sendo a primeira banda de rock a se apresentar no festival (2006, 2007), no FIT - Festival Internacional de Teatro (2008) e Festival Garimpo (2009). Além disso, a banda foi protagonista em dois momentos cruciais da música contemporânea da cidade, como co-realizadores do Festival Outrorock (2008 e 2009), um momento fundamental para a cena independente de Belo Horizonte dos anos 00 e, principalmente, no Faverock, que em suas sete edições reuniu bandas de periferia de Belo Horizonte e Região Metropolitana e que hoje pode ser visto como um importante e histórico marco do ativismo cultural, racial e social na capital mineira.