Melanina Em Pauta (Radio Mix)
Composição: Gustavo Nobio.Afros, indígenas e europeus construíram um Brasil multifaces
E contribuíram pro crescimento de um país tropical, desigual e demagógico
Livros ordinários ensinam tudo errado, deflagram guerra de classes
A questão é desprezada e omitem a verdade sobre um passado histórico
Camuflar não adianta, a situação já é sabida
Concentrada pigmentação é reprimida
Ligar a tevê você deve para ver a mesmice que pesa em minha retina
Somente um modelo “alvo” de beleza predomina
A mão de obra escura que fez a construção dessa nação teve pouco ou nenhum valor
Se atualmente os olhares contra a “cor” são cheios de rancor
Antigamente quilombolas eram atormentados com muita dor (Ôôô!)
Ao chegarem no litoral brasileiro vindos do berço africano
Foram recebidos por escravocratas e inquisidores como peças e profanos
Depois de tudo que sentiram na pele os iorubás, malês e bantos
O saldo foi chão encharcado de sangue e rosto molhado de prantos
Os escravos foram duramente tratados
A base de trabalho forçado
E chibatadas de marcar o “lombo”
Castigo que os fez refugiarem pro quilombo
Hoje temos a liberdade
E desconhecemos a igualdade
Qual é motivo de tanto orgulho?
Será que moralmente somos sujos?
A sujeira está na cabeça de quem discrimina
Que pensa estar por cima
Rejeitando seres humanos que têm na pele um tom escuro de melanina
Somos filhos de um só Pai, ninguém é tão diferente
Peço a Ele que nos livrai do preconceito inclemente
Não existe supremacia, é preciso interação
Seja qual for a etnia, basta de segregação
Lamentavelmente os negros tiveram uma trajetória marginalizada
Pois da escravidão se tornaram livres sem direito a nada
Sem alimento e sem morada
O crime foi a única solução
Para um povo cor de ébano que não tinha opção
Muito menos um ganha-pão
A favela se tornou a sua casa por falta de condição
Só há um reconhecimento conveniente
Quando o neguinho passa a ser uma pessoa eminente
Aí, todos oferecem a lua, o sol e todo o continente
Devagar estamos conquistando o nosso espaço
Firmando nossa negritude de mente articulada e peito de aço
Humildemente chegando ao estrelato
E mostrando que ser ‘bléque’ não é estar na moda e sim ser um fato
Não cruze os braços, seja ágil feito um negro gato
Batalhe por sua ascensão, por melhores salários e melhores papéis na televisão
Chega de interpretar subordinado ou ladrão
(É assim que tem que ser/Lute pelo poder)
A teoria que afirma a superioridade do homem caucásico sobre os demais é infundada, foi quebrada e deve ser ignorada
Pois é desconexa a segregação pregada
Pelos radicais racistas, pelos grupos extremistas
Não quero meus semelhantes perseguidos como os judeus pelos nazistas
Somos filhos de um só Pai, ninguém é tão diferente
Peço a Ele que nos livrai do preconceito inclemente
Não existe supremacia, é preciso interação
Seja qual for a etnia, basta de segregação