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Vejamos...
Hoje, o que mais se vê nas bandas “punks” ou “hardcore” são intrigas e rixas para ver quem faz o melhor “arranjo”, para ver quem faz as melhores “viradas de bateria”, para ver quem revira mais os olhinhos quando canta “emocionado” ou quem faz a pose mais “malvada” ou “radical” num palco. Os “punks” de hoje, salvo raras e inteligentes exceções, estão mais preocupados em “copiar” e “competir” com outras bandas do estilo do que fazer o seu som ao seu modo.
A competição de egos entre as bandas e as “panelinhas” precisam diminuir para que estes clássicos realmente apareçam.
Tudo bem que o punk rock é liberdade e diversão e é mais fácil compor músicas que rimam “Você vai ter que entendeeeeer” com “Vai me fazer sofreeeeer”, mas, seria legal as bandas perderem o medo de se expor, de arriscar mais e dizer sem medo coisas que remetem a eles próprios ao invés de imitar o “the book is on the table” dos Blink 182, Good Charlote e
Sum 41 da vida, traduzidos para o português...... sei lá, xingar o vizinho que coloca pagode o dia inteiro, falar da festa punk que rolou no bar podre na cidade, falar do sexo com a namorada no carrão Simca Chambord, falar “a gente somos inútil”, falar do medo do futuro no Brasil, xingar a polícia e seu excesso de autoridade... ou seja, falar de si próprio para pessoas iguais a você.
Um som mais cru, tosco e ingênuo a ponto de se tornar maravilhoso para quem é fã da essência do estilo, demonstrando seu descontentamento ou sua felicidade no que se referia a diversos assuntos como política, religião, festas movidas a álcool e drogas e outras podreiras. Bandas formadas na base da amizade e não na técnica musical, chamando a atenção ao falar dos problemas do seu próprio bairro, fazer músicas falando dos amigos, dos inimigos e, principalmente, se divertindo muito.
(release adaptado da coluna de Thunder/Fuckkk the System)