Carioca radicado em São Paulo.

A vinda para São Paulo, após a gravação de meu primeiro disco solo (gravado num esquema portátil e simples: uma placa USB e um microfone apenas), solidificou o que hoje bato pra considerar que seja uma espécie de timbre.

Todas as canções não tiveram edições, seja nos violões ou na voz, nenhuma espécie de corte ou afinação posterior. Quase todas gravadas ao vivo (violão base e voz). Em algumas ouve-se até os pássaros, o dia ruindo, a vizinhança, ou o teclado pausando a trilha. Inexperiência maravilhosa! Acredito que esse jeito de registrar, ainda que amador (por amar demais a coisa) e um tanto rude, transformaram os sentimentos que nasciam nas sessões de gravação em cores e relevos vivos. Confesso que de tudo o que já gravei na vida, essas canções são as únicas que conseguem distanciar-me do compositor, me tornando ouvinte por completo. Compus essas canções para ouvi-las no caminho de casa para o mercadinho da esquina, ou para minhas corridas espirituais de fim de dia. Essa magia, ainda inexplicável, dá o tom que me faz levar a frente tanta força e simplicidade.