Vidas Negras Importam
Composição: MANO CARECA E FELPS.Eu te pergunto porque tanto preconceito,
No Carrefour de Porto Alegre,
Assassinaram mais um preto,
Cadê os meus direitos,
Ninguém interfere,
No Brasil, a cor da pele,
Matou Mariele,
Sem peso na consciência,
Polícia truculenta,
Quando vê um negro,
Ou mata, ou arrebenta.
Você pode crer,
Não vai pagar pra ver,
PM sanguinário,
Vai te fazer sofrer,
Mesmo sem tu merecer,
Tu vai levar sacode,
Cassetete na cabeça,
Até miolo explode,
Pare de bobeira,
PM com palavras grosseiras,
Desmaia um negro,
Na cidade de Caieiras,
Ofende, agride, chama de lixo,
Abaixa a bola negão,
Pra mim, você é bicho,
É muito ódio acumulado,
É valentão demais,
Só por que está fardado,
O negro foi hostilizado,
U PM esquisito,
Parecia embriagado,
Si pá até drogado,
Soco na boca, é sem chance,
Sem tempo pra revanche,
O negro cai desacordado,
Essa parada deixa a gente revoltado,
Pior que esse safado,
É funcionário do estado,
I sabe o que é pior,
Ele só foi afastado,
Mais um negro, com direito violado,
Na América George Floyd assassinado,
Policial ajoelhado,
Pescoço prensado,
Morreu asfixiado,
Eu não consigo respirar,
Era o que ele dizia,
Mais um negro assassinado,
Pra festa da burguesia,
Ele não teve sorte,
Tentou até ser forte,
Ser negro hoje em dia,
É uma sentença de morte,
A playbozada ri,
Não adianta ser esperto,
No dia de Zumbi,
Aconteceu com João Alberto,
O povo entristece,
O ódio prevalece,
No Brasil, a cor da pele,
Matou Mariele,
Santo Cristo, fosse negro,
Tivesse vivo,
E morasse no Brasil,
Tomava um tiro de fuzil,
Du PM do Rio,
E o maldito Bolsonaro,
Fingiria que não viu,
Refrão
Nas favelas,
Ou nus navios,
Os negros sofreram,
E ninguém nunca viu,
Nas senzalas,
Até mesmo num sótão,
A resistência negra,
Vidas negras importam, (2x)
Entre idas e vindas,
Na vida perrengue passamos,
Quantas coisas vivemos,
E quantas vivenciamos,
Com erro aprendemos,
Não devemos desistir,
Sempre foco na missão,
E no que está por vir,
Firme e forte na fé,
Sempre mantendo a conduta,
Não abaixando a cabeça,
Pra filha da puta,
Que quer te criticar,
Quer te humilhar,
Em meia á tanta desigualdade,
Na sociedade,
Que enxerga,
Mais não tem a visão,
Da denominação,
Da discriminação,
Nós temos nossas próprias raças,
Culturas e Religião,
E mais uma vez,
O negro foi alvo,
Não teve argumento,
Perdeu pro preconceito,
O mal estava feito,
Fechou os seus olhos,
Sem saber seus direitos,
Quanta crueldade, calamidade,
E os direitos iguais da sociedade,
Cadê a caridade,
A humildade, o pudor,
Tem gente que nasce em berço de ouro,
E nem dá valor,
E quantos que nascem em becos, vielas, favelas,
Querem uma chance de se tornar doutor,
Então pelo amor,
Não existe branco,
Negro,pobre ou rico,
É a nossa alma,
Que nos mantém vivos,
Si jogam do abismo,
Com tanto racismo,
Não é pesimismo,
É só vitimismo,
Que nós vemos aqui,
Onde já se viu,
Tanta corrupção que corrói o Brasil,
Bombas igual Chernobil,
É só Katana Kill Bill,
Um bando de alienado,
Em quem confiar,
Nem na própria sombra,
As pessoas enganam,
Ando meio cabreiro,
Tem que ficar ligeiro,
Tem muita pele de lobo em cordeiro,
Muita gente infame,
Cê pensa é um arraso,
Promete, faz caso,
No fundo não vale nem um taso,
Tem que marcar prazo,
Pra não si afogar no raso,
Na selva de concreto,
Até o diabo, veste terno,
Realidade é cruel,
Superman vem do inferno,
Preconceito é mato,
Nesse mundo moderno,
Refrão
Nas favelas,
Ou nus navios,
Os negros sofreram,
E ninguém nunca viu,
Nas senzalas,
Até mesmo num sótão,
A resistência negra,
Vidas negras importam, (2x)