Quem vem de lá vem pra ver o sol Pobres jangadas num mar bravio Improvisadas embarcações carregam ilusões que a fome reuniu Deixando amores que vão se perder O chão e a terra pra guerra comer Correm suores salobros pro mar Quem tem que ir pode nunca chegar E boiam sonhos inchados, vazios Entre as ondas, correntes de frio Mas pro ocidente humano e cristão Nem toda morte vale uma oração Deixa o sol tocar os filhos de todo lugar deixa o sol tocar Quem vem de lá vem pra ver o sol Pobres jangadas num mar bravio Improvisadas embarcações carregam ilusões que a fome reuniu O amor concebe o que está por vir O mundo gesta e espera parir Mas sangra o ventre e morre a paz Entre as lágrimas dos orixás O ódio cresce onde o medo nasceu Erguendo muros, protege o que é seu Pro ocidente humano e cristão Nem toda vida merece um chão