A Mãe
Composição: Tiago Messias."Eu te amo do fundo da profundidade da altura que minha alma pode alcançar;
Eu amo você ao nível das necessidades diárias;
Eu te amo livremente, como um homem gosta de ser;
Eu te amo puramente, como eles amam os deuses;
Eu te amo com a respiração, sorriso, lágrimas, de toda a minha vida;
E, se Deus quiser, vou te amar mais ainda depois da morte"
Não me lembro como a conheci;
Mas jamais esquecerei quando a reconheci;
Por quem foi, pelo que fez;
Por quanto tempo esteve aqui;
Pra que eu fosse um homem simples;
Eis que mutações separaram a gênese;
E, desde então, me tornei um herege;
Clamando que não há igreja na selva;
Deus está morto;
Só cultuo uma deusa que se preocupou tanto;
A ponto de só cumprir o rito de passagem;
Após minha saída daquele quarto;
Mas uma mudança de planos não é o bastante pra romper o pacto;
Agora, canonizada, me resguarda nessa via-sacra;
Porém projeções astrais não acalentam;
A desolação de quem clama por ti personificada;
A gramática insiste a conjugar-te no pretérito perfeito;
Tão irônico quando analisa-se os termos;
Não aceito que os fins justifiquem os meios;
A história insiste a apagar-te na mensuração do tempo;
Tão trágico quando analisa-se o roteiro;
Não aceito que seu nome não esteja destacado nos créditos;
E ela queria um quarto no segundo andar;
Pra ficar mais perto do céu;
Hoje, ele é todo seu