Tião Carreiro e Paraíso
EstiloSertanejo
Cidade/EstadoMonte Azul / MG
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Homem Até Debaixo Dágua

Composição: Tião Carreiro, Lorival dos Santos, A Rosas.
Um caboclinho de sangue na veia Vergonha na cara e bastante opinião A filha mais nova de um fazendeiro Ele namorava com boa intenção O velho cismou de impedir o romance E num gesto severo chamou atenção Você não passa de um pé rapado Levar minha filha não dou permissão Minha filha nasceu no conforto Você não tem onde cair morto Nunca passa de um pobre peão O pobre rapaz escutava calado Igual um aluno aprendendo a lição No outro dia fugiu com a menina Os dois foram viver nos confins do sertão Ombro a ombro eles trabalhavam E a noite dormiam num velho galpão A menina dormia na cama E o caboclinho dormia no chão Foi a primeira vez na história Que uma rolinha teve glória Ser protegida por um gavião O caboclinho de fibra e talento Enfrentando o garimpo trabalho cruel Sol a sol a procura do ouro Sem ver pela frente o azul do céu Respeitando a menina que amava O caboclo fez um bonito papel Tão pertinho da fonte do amor Morrendo de sede por ser tão fiel Ele foi um gavião sem asa Com a menina dentro de casa Bem distante da lua de mel De volta pra casa do velho Disse o caboclinho sem temer castigo Roubei sua filha com boa intenção Pra cumprir meu dever voltei como amigo Que é do homem o bicho não come Sua filha nasceu pra se casar comigo Já não sou mais um pé de chinelo Posso dar pra ela o melhor dos abrigo Dois anos a luta foi dura Mas ela voltou virgem e pura Do meu lado não correu perigo O velho muito arrependido Abraçou sua filha pedindo perdão Pro mocinho ele foi dizendo Entre eu e você acabou o paredão Seu talento e moral foi flecha Que fez meu orgulho tombar sobre o chão Minha filha vai ser a rainha Lá no seu castelo em eterna união De você já não tenho mágoa Foi homem até debaixo d'água Vai ser o genro do meu coração

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