Porteira Fechada (Autor: Pedro Ornellas)
Composição: Pedro Ornellas.Da curva da estrada avistei a porteira
de um pau de arueira que meu pai lavrou
voltaram lembranças fazendo alvoroço
do tempo moço que longe ficou
Mas minha alegria virou desespero
ao ver o letreiro que alguém colocou,
também a corrente e a porteira trancada,
a frase estampada meu peito gelou
dizia o letreiro “Proibida a Entrada”
na face marcada meu pranto rolou.
Porteira fechada, proibir é maldade
que eu mate a saudade do antigo lar
também há um letreiro de 'entrada proibida'
que o tempo pregou na porteira da vida
e à infância perdida não posso voltar.
Lembrei-me do tempo que o sítio era nosso
e que já nem posso rever hoje em dia
quem fosse chegando levantava a tranca,
a entrada era franca e ninguém proibia
estranhos e amigos chegando era certo,
de braços abertos a gente acolhia
hoje eu quis voltar e não tive sucesso,
magoado confesso essa dor não previa...
Porteira fechada, em meu triste regresso
negar-me o acesso é uma estranha ironia!
Porteira fechada, proibir é maldade
que eu mate a saudade do antigo lar
também há um letreiro de 'entrada proibida'
que o tempo pregou na porteira da vida
e à infância perdida não posso voltar.