Tula Black vem pouco a pouco se destacando no cenário do rap Brasileiro. Começou sua trajetória em Betim /MG junto ao grupo “Raça DMCS”. Ali construiu base sólida, fortalecendo a carreira artística, conquistando muitos fãs, apoiadores e parceiros diversos. Com esta base e experiências adquiridas, se estendeu para outras cidades chegando a Belo Horizonte onde participou de diversos projetos e shows, dentre eles, Programa “Vozes do Morro”,Festival nacional de rap em Brasília,“Quarta cultural no Metrô”.etc
Hoje, segue sua carreira solo a “todo vapor”. Mais experiente, traz para o público nova proposta, agregando ritmos, instrumentos e elementos diversos ao Rap. Seu propósito é apoiar a diversidade da música brasileira. Segundo Oswald de Andrade a antropofagia cultural se faz necessária na nossa cultura, pois somos diversos. No trabalho de Tula Black o Cordel se mistura as letras do rap, o folclore brasileiro a batida do funk e do rap, o beat Box e o DJ aos violão, violino e flauta. Com esta nova proposta Tula se prepara para gravar seu novo álbum “Entre o sagrado e o profano”. Este é um conceito que é uma constante em nossas vidas, tudo tem o seu oposto, luz e sombra, decisão entre duas opções. Mas também simboliza o equilíbrio, a harmonia, o yin e o yang. Nas letras das músicas são mencionados a fé, esperança, a crença, que junto a presença dos violinos nos arranjos, nos remete ao sagrado. Já o profano esta representado nos tambores, berimbau, presença do samba, do soul, do congado, assim como também, nas letras onde retrata a política, problemas sociais, etc. Isso reforça a dualidade das coisas. O complemento e a contradição. A vida e a morte. O amor e o ódio. O lobo e o cordeiro. A verdade e a mentira. Todos andam de mãos dadas. Refletem-se como em um espelho. Isso nos leva a crer que o trabalho solo do Tula Black é calcado neste universo. O universo dos opostos, mas na verdade, opostos que se fundem que se unificam que se comunicam. É a alma humana sendo despida, uma vez desnuda perde toda a vergonha ao se apresentar perante um novo mundo, uma nova postura embasada na fertilidade das ideias e opiniões.
A mistura de ritmos não tem necessariamente novidade, muitos o fazem, pois estes ritmos dão um tom dramático e sensacional a música. No entanto a sutileza dos violinos, flautas e a presença marcante de vozes femininas dão um tom angelical as canções. Uma combinação importante na busca do equilíbrio. Essa também é a característica da pessoa e do artista Tula Black, de aparência rude e postura lúdica, de gestos brutos e coração criança. Essa essência faz a ponte do que é e do que quer ser, proporcionando mudanças, quebrando paradigmas, fortalecendo sua criatividade e a busca do novo. Este trabalho é coerente com o artista, pois é completamente cheio de verdade e no limite entre o sagrado e o profano.

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