Um dos tipos de texto mais chatos que existem são os releases de bandas independentes.

Todos eles são cheios de datas e detalhes históricos que você vai esquecer, adjetivos forçando a barra pra descrever o som da banda, e verbos no imperativo. Ouça. Sinta. E não dá pra esquecer do famoso "é impossível descrever o som dessa banda, você tem que ouvir para crer." Quem quer ler isso? Então, acho que é melhor deixar pra lá o cabeçalho típico (por enquanto) e focar no que você realmente precisa saber.

Nos 11 minutos (e 3 faixas) de Captain Cool, o EP de estréia do Turn 21, você descobre uma banda capaz de tocar algo como punk rock stoner feito em Júpiter (a faixa-título), e daí resgatar melodias perdidas desde a beatlemania e transformar numa pequena história fatídica, daquelas que levam sua cabeça pra longe por uns minutos e depois te trazem de volta pela mão. Isso aconteceu durante Jackie Faye e antes que eu pudesse parar pra pensar no que tinha acabado de ouvir, tive que me render à inquietação de The Storm: a tempestade lá fora não é tão grande quanto a daqui de dentro.

Além disso, o que você precisa saber é que o Turn 21 é uma banda completamente fora da moda (isso é diferente de datado). É um daqueles achados que em questão de meses ficam extremamente populares e você acaba sendo aquela pessoa antenada o suficiente pra dizer, ei, eu já conhecia eles! Mas antes, você definitivamente precisa conferir Captain Cool.

Ah, é: eles vêm de São Paulo, tocam juntos desde 2003 e estão todos na faixa dos 20 anos.