Relato Da Periferia
Composição: Negro Tchela.Da periferia, a realidade agora veja
Bares lotados pinga e muita cerveja
Final de semana quebradas agitadas
A maldade está a solta, mentes alucinadas
Os moleques da área fazem a cabeça
Palavra positiva aí não se esqueça
É sempre assim curtindo no “mocó”
Só viajando na erva ou no pó
Na rodinha só os considerados
Pare, pense ou estará encurralado
Túnel sem saída, tempo perdido
A juventude agora rir diante do perigo
O mais famoso por aqui é o oitão,
Clik clek, matando os irmãos
Olho em minha volta e só vejo migalhas
Sistema elitizado e a justiça é falha
O que sobrou pra nós é quase nada
Difícil mesmo, sem história, sem farsa
A realidade, maluco, é dura é triste
E herói bandido não, não existe
Só aproveitadores, mais uma eleição
Chega, fala aí engana o povão
Que leva a vida como pode
Empurra com a barriga
Corre atrás ou foge
Pra molecada a diversão que há
É bater um futebol antes da noite chegar.
Só queria ter motivos pra sobreviver
De cabeça erguida, esse é o relato da periferia
Da periferia...
Eu só queria ter.
Chegue venha ver tire sua conclusão
Mas se quer uma ideia não se prenda à ilusão
Porque cê tá ligado que aqui é assim
Um vacilo, maluco, e pode ser o seu fim
Em cada esquina, em cada beco
A população já vive no desespero
Aprisionada por suas próprias casas
O estudo é uma merda os professores tão em falta
O povo vive e convive com a violência o tempo inteiro
É longo o roteiro. Muita miséria muita indignação
O povo quer trabalho, correr atrás do pão
É duro começar o dia sem ter o que comer
Chegar à noite barriga vazia o que fazer
São poucos os recursos é longo o desespero, meu Deus,
Me acorde desse pesadelo
Tiros, tiros, dor, morte, muita gente em desespero o povo sofre
Pede pelo alívio, um suspiro profundo
A paz é o remédio que precisa o mundo
Que precisa o mundo.
Só queria ter motivos pra sobreviver
De cabeça erguida, esse é o relato da periferia
Da periferia...
Eu só queria ter.
Mais uma vez tudo começou
A mesma rotina o mesmo terror
As marcas de sangue ainda estão por lá
Caguetando a noite passada, tiros pra lá e pra cá
São provas que alguma coisa não vai bem
Segurança só de Deus, então, diga amém
Periferia um palco aberto
O futuro é agora o amanhã é incerto
Ideias oposta, juventude perdida
As drogas, o inimigo que acaba com a sua vida
Aos poucos, verdadeira ilusão
Bares pra todo lado no momento curtição
A violência tá demais cada dia aumenta mais
de noite ou de dia não importa a hora
São vários pipocos na porta da escola
Tudo que não presta encontra fácil por aqui
Uma arma na mão faz o moleque sorrir
Faz uma mãe chorar,
Uma lágrima descer, muito sangue jorrar
Muita gente sofrer,
E a estatística só se confirma
Assim auto se destrói a periferia.
Eu só queria ter motivos pra sobreviver
De cabeça erguida, esse é o relato da periferia
Da periferia...
Eu só queria ter.