VOADOR Quantos se foram na madruga Vivendo do crime? Quantos não dormem na madruga Chorando de fome? É que na rua nós vive o que tu ver Nos filmes Mas a vida não é cinema E quem não soma some! Confio nem na minha sombra Aqui foguete é bala E o colchão pra esses pisadas Hoje é a bala Quem fala muito uma hora a rua fala Hoje corre atrás de um sonho Antes só fugia de bala Os comédias ficando Os parceiros morrendo Uns trutas traficando E eu sigo escrevendo Minha mina estudando Eu no rap crescendo Larguei o crime cedo Disso não me arrependo Sobrevivente da B12 sim eu sou! Pode crer que eu sou um dos Poucos que restou. Pode crer que eu não pisei nem dedurei ninguém Pode crer que eu sei o que é o inferno Sim senhor Mas que saudade do meu Mano VOADOR Que hoje tá voando junto com os anjos E que quando eu precisei me ajudou E me ensinou a não abaixar a cabeça Pra nenhum marmanjo Ganhando pouco e escrevendo pra caralho Ver os menorzin meu fã é recompensa Do trabalho Tirei de mim tudo aquilo que me atrasa Não tenho muito nem pouco Mas carrego o necessário Os manos se matando Pra poder comprar um tênis Pra sair da miséria É o crime sua válvula de escape Vendendo na biqueira pra depois Sangrar no chão É o mundo vão, onde impera Quem muito morde E pouco late Quero os maiores diamantes E um carro do ano Todos os dias são inúmeros Manos que partem Tô escrevendo o que sinto E hoje sigo trampando Pra não entrar na estatística Desses que partem Eu corri tanto por quem Por mim não deu nem um passo Eu gritei tanto por quem Por mim não deu um sussurro Eu fumei tanto pra esquecer Quem não valia um masso Até a vida me mostrar O quanto que eu fui burro Quem não sentiu a dor da fome Não pode julgar Quem não sabe o que é a rua Não pode julgar Quem não se viu sem uma saída Não pode julgar Mas como eles olham de fora Sempre vão julgar Quando a depressão apertou Ninguém veio ajudar Só minha mina entrou no corre Sem nem reclamar Muitos amigos estavam juntos Na hora de gerar Poucos amigos estavam juntos Na hora de chorar Sou bairro novo, caveirinha 12 e mutirão Coliga os manos lá da orla E os do piscinão Minha vida vira cifra Pra converter em cifrão Cês latem muito pena que Não passam do portão 2x