Depressão
Composição: Wesley Candido Machado Perez.Me vejo trancado num quarto, condenado ao meu mundo é meu fardo.
Me sinto sozinho entre mil e o frio dessa angustia me deixa abalado.
Calado, pensando na vida, a hora passou, o dia acabou, nem vi.
Só senti que perdi, quando eu olhei pra mim, assim.
Triste sem um lugar pra ir, sem onde ficar.
Ninguém pra me ouvir, alguém pra visitar
Parece que esqueceram de mim, ou eu me perdi de alguém
Não sinto o chão, não vejo o amor, mas sinto o ódio de ninguém.
Preciso de um vicio maior que meu tédio.
De um erro maior que meu ego, eu não consigo deixar de ser cego.
Descrença, me vejo afastado da crença, tendência.
Criticas alheias me motivam a desobediência.
E eu perdi minha inocência, no caminho.
Alias, minha paz não é mais um fato do destino.
E o que me prende a frustração é vaidade.
E por trás de um olhar sincero enxergar a falsidade.
Sei que os sonhos vem, sei que os sonhos vão.
A esperança morre quando a visão não embaça.
Sei que os sonhos vão, sei que os sonhos vem.
No fim a gente acorda e vê o quanto tudo deu em nada.
Já tentei mudar mil vezes, modificar minha base.
Reconstruir meus elos ou deixar que o castelo desabe.
Quem sabe no fim da estrada, uma porta se abra.
E eu não caia de cara.
Pressão psicológica reflete-se no espelho.
Desespero, olhares carentes refletem o medo.
Preocupação, uma grande rede de conspiração.
Do berço, hoje ao leito, meu martírio é sempre o mesmo.
Solidão, o eterno sentimento de perda.
O esquecimento, o vão, minhas cartas na mesa.
Essa neblina de incertezas nunca se dissipa.
Um coração vazio e insano procura uma saída.
De repente no escuro me perco, é só o silêncio e o vazio no peito.
Vejo meu drama em flashes passando em cantos que eu não fui aceito.
Meu personagem em processo avançado a cada segundo envelhece.
Depois dos aplausos, da gloria e da fama a rotina me bota em "xeque".
Fugir é o que sempre penso, o mais longe possível do medo.
Um milagre poder acordar e acreditar que foi só um pesadelo.
Depressão.